Desde a noite de sexta-feira que as 71 mulheres recolhidas na carceragem do 9.º Distrito Policial (Santa Quitéria), estão dando muito trabalho à polícia. Naquela noite, um homem tentou arrebatar detentas ligadas ao tráfico de drogas. A manobra não deu certo e o invasor fugiu sem fazer qualquer resgate.
Depois disso, o clima na carceragem superlotada “esquentou”. Revoltadas, a mulheres passaram a exigir a transferência de parte delas, para aliviar a situação, pois o espaço no xadrez é para apenas 16. Como não há outro local disponível na capital para recolher presas, elas não foram atendidas e ontem iniciaram uma rebelião, logo após o almoço.
Entupidos
Além da gritaria e do bate-grade, elas também entupiram todos os esgotos e vasos sanitários, provocando uma inundação. Quando um funcionário foi chamado para providenciar o desentupimento, elas tentaram mantê-lo refém. Apavorado, ele conseguiu escapar.
Elas diziam estar armadas com facas e prometiam fazer novos reféns, até que equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) entraram na cadeia e retiraram duas líderes, que supostamente foram encaminhadas para o presídio feminino da Região Metropolitana, em Quatro Barras.
Os policiais passaram um “pente-fino” nas celas e encontraram uma faca. Todas as regalias das presas foram confiscadas, como rádios, televisores e outros objetos.
De acordo com parentes das presas, elas só receberão os equipamentos de novo quando estiverem em bom comportamento. Inclusive as visitas foram suspensas ontem, pois o motim só se encerrou por volta das 16h.