César admitiu participação no crime. |
Acusado de vender carteiras de motorista, diplomas de Universidades e certificados de conclusão de 2.º grau falsos, César Roberto de Freitas, 36 anos, foi preso na última sexta-feira por investigadores da delegacia de Pinhais. Com o detido foram apreendidos diversos álbuns com material falsificado e carimbos de instituições de ensino utilizados para complementar o golpe, além de um bloco de atestado médico do Hospital do Trabalhador.
César admite participação no golpe como atravessador, mas afirma que o material era fabricado por um homem conhecido por "Toninho" – Antônio Aparecido Moraes – que está preso.
As investigações tiveram início em novembro do ano passado, quando um dos coordenadores do Detran procurou a delegacia de Pinhais para comunicar sobre um possível "derrame" de carteiras de habilitação falsificadas naquele município. A denúncia partiu de um morador de Pinhais que comprou uma CNH de César por R$ 1 mil. Na ocasião, o falsário se fez passar por funcionário do Detran. A carteira de habilitação chegou até o Detran, em abril de 2004, levada pela esposa do beneficiado que desconfiou do golpe de falsificação. Após serem ouvidas várias testemunhas, a polícia chegou até César, que foi preso, com provas do crime em sua residência na Vila Pompéia, no Tatuquara.
Quando viu os policiais, César tentou fugir. Na casa, foi apreendido uma espécie de mostruário com diversos diplomas, certificados e seis CNHs falsas. De acordo com o delegado Gerson Machado, havia diplomas falsificados de diversas universidades tais como UniAndrade, Facinter e Tuiuti, dentre outras. César agia em companhia de mais um comparsa identificado como Antônio Aparecido Moraes, que foi preso em dezembro do ano passado. Antônio já contava com outros mandados de prisão expedidos pela Justiça, conforme dados da polícia.
Atravessador
César confirmou que participou do golpe, mas negou ser o cérebro de toda a operação. Confirmou que as pessoas interessadas em adquirir o material falsificado o procuravam. "O material apreendido pertence ao "Toninho?. Eu apenas fazia o pedido para ele e depois ganhava algum", disse o detido. Segundo ele, as falsificações foram feitas durante cerca de um ano, até a data em que "Toninho" foi preso. Cada cópia de diploma era comercializada a um custo entre R$ 150,00 R$ 250,00; o histórico escolar saía por R$ 80 e as CNHs podiam chegar a R$ 600,00.
Os atestados médicos eram vendidos por R$ 15,00 e tinham validade de até dez dias. Segundo informação do detido, o bloco de atestados havia sido furtado do hospital do trabalhador por uma ex-funcionária.
De acordo com a polícia, César tem antecedentes criminais por roubo, estelionato e falsificação de documentos públicos. "Toninho" responde pelos mesmos crimes. De acordo com o delegado, outras pessoas que solicitaram a confecção de documentos falsos deverão ser indiciadas em inquérito policial caso não procurem a delegacia. O telefone da delegacia de Pinhais é 667-1598.