Investigação

Desmantelado esquema de extorsão em Araucária

Quatro pessoas, entre elas um escrivão de polícia da delegacia de Araucária e um falso advogado, foram presas ontem pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Todos são acusados de participar de esquema de extorsão, em que as vítimas davam dinheiro ao escrivão e ao “advogado” para liberarem presos. O escrivão Gilberto Mansilha Ramos, o bacharel em Direito (mas não advogado) Ricardo Rovazzani, e os suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas Natal Volnei Girardi e sua esposa, Patrícia, foram detidos.

De acordo com o promotor Vani Bueno, o crime foi descoberto na semana passada, quando a família de um usuário de drogas procurou o Gaeco. De acordo com a denúncia, o viciado foi preso, em 30 de novembro, com Natal, que seria traficante de drogas em Araucária.

Porém, na delegacia, por um acerto entre o suspeito, o escrivão e o advogado, o usuário é que acabou preso por tráfico e o traficante foi liberado, como viciado. O Gaeco solicitou à Justiça a quebra de sigilo telefônico de Gilberto e Ricardo e confirmou o recebimento de propinas.

A dupla pedia entre R$ 3 e 6 mil para liberar presos. Detidos na delegacia eram procurados pelo falso advogado, que se dizia representante do escrivão e propunha um preço para a liberdade.

Concluída a negociação, era feito o pagamento e a pessoa saía da cadeia. Ricardo não tinha registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para atuar como advogado.

Apreensões

Na casa de Gilberto a polícia encontrou R$ 28 mil, e, na delegacia, o Gaeco recolheu dezenas de documentos. Uma espingarda e um revólver, em situação irregular, também forma recolhidos.

As armas teriam sido apreendidas, porém não havia inquérito policial instaurado. Em inspeção na carceragem, também foram encontrados cinco celulares com os presos. O que deve resultar em outra investigação.

Apesar dos telefonemas captados não citarem o nome de outras pessoas ou policiais envolvidos no esquema, o Gaeco investiga para ver se há mais participantes. As diligências também irão averiguar há quanto tempo o crime era cometido.

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