Dez integrantes de uma quadrilha acusada de roubos a caixas eletrônicos, ônibus de turismo e até igrejas foram presos na manhã desta terça-feira (17). A Operação Desarme foi deflagrada por 50 policiais federais e 20 militares, em Curitiba e Região Metropolitana.
Foram cumpridos 10 mandados de prisão e 12 de busca e apreensão. Além dos procurados foram presos uma mulher foragida, um homem em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, e foi apreendido um garoto de 16 anos pelo mesmo crime.
Foram apreendidos documentos e dinheiro falsos, 200 gramas de crack, nove armas (duas delas longas), 39 celulares, máscaras balaclavas, ferramentas como “pés de cabra”, quase R$ 10 mil, 12 veículos, duas bananas de dinamite e objetos metálicos conhecidos como “ouriço”, utilizados para estourar o pneu dos veículos que seriam abordados.
As investigações começaram em fevereiro, quando aconteceram vários ataques a caixas eletrônicos com explosivos no Paraná. Os policiais federais conseguiram comprovar que a quadrilha foi responsável por detonar bananas de dinamite para destruir um caixa do banco Itaú no Centro do município de Piên, no dia 17 daquele mês. Há indícios de que eles atacaram várias outras agências bancárias na mesma época.
Em 1º de março, o bando tentou roubar dinheiro da Igreja do Perpétuo Socorro, em Curitiba. “Como eles não conseguiram o que queriam, já estavam planejando explodir a igreja para localizar o cofre, ou até mesmo seqüestrar o padre”, conta o delegado da PF Wagner Mesquita.
Na mesma época, o bando planejou um assalto que lhes renderia R$ 50 mil no Paraná Clube, mas a ação foi frustrada pela polícia, que cercou a região onde a ação criminosa aconteceria. O roubo aconteceu no dia 15 de março, mas a quadrilha conseguiu levar apenas R$ 1.500,00.
Desde o início do ano, a PF acredita que o bando tenha feito mais de dez roubos a ônibus de turismo que seguiam com “sacoleiros” até Foz do Iguaçu. Durante o cumprimento a um dos mandados de busca, foi apreendida uma lista de outros ônibus e seus horários de paradas, onde provavelmente aconteceriam outros assaltos.
Presos
Um pedreiro que trabalhou em uma obra na igreja, e uma funcionária do setor administrativo do Paraná Clube, ambos acusados de repassar informações privilegiadas para a quadrilha planejar os roubos, estão entre os dez presos ontem. Também está preso o funcionário de uma pedreira que desviava dinamite, armazenava em uma chácara na Região Metropolitana, e repassava para o bando.
“Pretendemos ainda nesta semana localizar o endereço em que eles mantém a dinamite e um carregamento de drogas da quadrilha”, ressalta o delegado. Os líderes do grupo criminoso, identificados apenas como “Pretinho” e “Polaco”, também estão entre os presos.
Não foi divulgado o nome de nenhum dos detidos, que são considerados violentos. Segundo Mesquita, devido a uma briga interna, o grupo planejava matar um dos integrantes na sexta-feira.
“Na hora de dividir o dinheiro do roubo eles renderiam o colega, cortariam uma parte do corpo, mandariam para a família dele e fariam ele conversar com a família antes de ser morto. Isso mostra o quanto eles eram violentos”, revela o delegado.
Ele conta que os assaltantes se vangloriavam de homicídios, narrados em detalhes e que agora serão investigados. Eles também diziam que estavam prontos para “receber a polícia à bala”, mas nenhum deles reagiu à prisão.
Veja na galeria de fotos os equipamentos da quadrilha.