Dez pessoas acusadas de integrar uma quadrilha de roubo de camionetas, que age no Paraná e em outros estados, foram presas ontem pela Promotoria de Investigação Criminal (PIC). De acordo com as investigações, o grupo seria liderado pelo investigador da Polícia Civil, Samir Skandar, 46 anos, lotado na delegacia de Pinhais. O policial está com mandado de prisão decretado e até o final da tarde de ontem estava foragido. Outras seis pessoas também estão sendo procuradas por uma força-tarefa formada pelas polícias Civil e Militar e pela PIC.
A justiça também expediu 17 mandados de busca e apreensão, sendo 15 no Paraná. Destes 13 foram cumpridos por uma equipe composta por mais de 60 policiais militares. Vários motores de veículos, computadores, munição calibre 12, selos de chassi, CDS, toca-CDs, radiocomunicadores, e peças diversas de automóveis foram apreendidos. Também foi recuperada uma camioneta Hilux tomada em assalto em frente a Prefeitura, na quarta-feira passada.
Prisões
Estão presos Luciano Carlos Arruda, mais conhecido como “Porquinho” ou “Lupe”, 23 anos; César Brunetti, o “Queixada”, 26; Josenei Lemos da Silva, o “Josi”; Sueli do Rócio Bordejaco, 39; Naureceli Carina Silveira, Lucélia de Olivera Correa, Gisele e Luciana. Além destas pessoas, outras duas foram presas em flagrante e não tiveram seus nomes divulgados.
Tiveram os mandados de prisão decretados o investigador da Polícia Civil, Samir Skandar, Hércules Lemos da Silva, também conhecido como “Cabeção” ou “Hécu”; Paulo Roberto Alexandre Prosdocimo, vulgo “Tanaka”, 24; Edson Carlos Proença, 37; Darci Melo de Almeida e dois homens conhecidos como Assis e Gilson.
Investigação
O coordenador da PIC, promotor Ramatis Fávaro informou que a quadrilha foi desmantelada a partir da investigação do assassinato do estudante Pablo da Silva Mesquita, 23. O jovem foi morto com um tiro na cabeça, às 3h30 da madrugada do dia 27 de abril deste ano (um sábado), na Rua Marechal Hermes, Centro Cívico. Ao apurar o caso, a Promotoria descobriu que um dos acusados do crime, Luciano Carlos de Arruda, conhecido como “Porquinho” ou “Lupe”, 23, tinha ligação com a quadrilha. Naquela madrugada, ele havia se envolvido em uma briga com um grupo de rapazes, entre eles Pablo.
De acordo com a denúncia, Luciano teria apanhado do grupo e para se vingar pediu ajuda a alguns amigos, chamando-os por telefone. Ainda segundo as investigações, Hércules Lemos da Silva, 29, compareceu ao local com um veículo, que estava em nome da noiva do investigador Samir. Na segunda-feira, após a placa do carro ter sido citada por testemunhas à polícia, o veículo foi transferido para o nome de César Brunetti, que usa o apelido de “Queixada”, 26, e também é apontado como integrante do bando. Estas investigações levaram a polícia à desmantelar a quadrilha de roubo de cargas.
Outras
O promotor Ramatis Fávaro disse que as diligências sobre o caso ainda estão em andamento e nos próximos dias poderão surgir novos nomes ligados ao grupo. Ele não soube precisar quantas camionetas eram roubadas pela quadrilha em Curitiba. Ramatis salientou que esta é uma das maiores quadrilhas responsáveis por roubos de camionetas no Paraná. “A maioria desses veículos tinham como destino Foz do Iguaçu e depois Paraguai”, afirmou.
Ele lembrou que o investigador Samir Skandar já responde inquérito por associação crimonosa junto com Paulo Mandelli (que possui cinco mandados de prisão e está foragido há mais de um ano), e Joarez Costa França, o “Caboclinho”, que está recolhido na Prisão Provisória de Curitiba, no Ahu. O policial também foi citado na CPI do Narcotráfico, que aconteceu em março de 2000. Apesar de todas as denúncias envolvendo seu nome, ele estava trabalhando na delegacia de Pinhais.