Desfecho “encantado” para família Abagge

Apesar do susto de saber pela imprensa que a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) é mandá-las a novo julgamento, Celina e sua filha Beatriz Abagge estão tranqüilas e não temem sentar novamente no banco dos réus. ?Queremos ver o fim disso?, salienta Beatriz. Ela, a mãe e cinco homens foram acusados de participar de um ritual de magia negra, que resultou na morte de Evandro Ramos Caetano, 6 anos, em abril de 1992.

Em 1998, Celina e Beatriz foram julgadas e absolvidas após 34 dias de júri. De lá para cá, a ameaça de novo julgamento é constante na vida da família. Agora, as duas mulheres aguardam a decisão do Supremo Tribunal Federal, que deve decidir se elas devem ou não ir a julgamento novamente. A defesa alega o princípio da ?soberania dos veredictos?.

Contestação

Celina contou que soube da decisão pela manhã. ?Minha mãe, que tem 91 anos, me ligou, dando a notícia. No início fiquei balançada, mas agora estou tranqüila. Sei que não devo, que são 19 mil páginas que não provam nada contra mim e minha filha?, disse. Ela contesta a versão do Ministério Público de que as duas teriam pago 7 milhões de cruzeiros (na época) para o pai-de-santo Osvaldo Marcineiro e seus assistentes Vicente de Paula Ferreira e Davi dos Santos Soares, para fazer o ritual para que a família melhorasse financeiramente. ?Não acham um contra-senso alguém que está em dificuldades financeiras pagar 7 milhões de cruzeiros??, indaga Sheila, filha de Celina.

?Os anos se passaram e não conseguiram comprovar nada. Meu marido (o então prefeito de Guaratuba, Aldo Abagge) faleceu. Nós vivemos até hoje com uma mesa farta, sem ritual. Claro que com menos poder aquisitivo em virtude de tudo o que fizeram?, frisa Celina. ?Hoje, vivemos em uma corda bamba. Levamos uma paulada e levamos dez abraços. Deus abre porteiras. Acredito nele e não tenho medo de ir a julgamento?, disse.

Acusados

Depois do julgamento de Celina e Beatriz, Osvaldo, Davi e Vicente sentaram no banco dos réus duas vezes. Na última, em 2004, foram condenados. Hoje, os três estão em liberdade. Em junho de 2005, Airton Bardelli dos Santos e Francisco Sérgio Cristofolini foram julgados e absolvidos.

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