A panificadora foi o último lugar em que João Batista Nunes, 43 anos, foi visto. Ele foi até lá na manhã de ontem, voltou para casa e seu corpo foi descoberto às 19h por uma vizinha. O homem estava caído na sala da casa, onde morava sozinho, na esquina das ruas Soldado Jorge Colaço Barros e Airton Leal da Silva, Conjunto Érico Veríssimo, Alto Boqueirão. Televisores e outros objetos foram levados pelos assassinos e o caso passou a ser investigado pela Delegacia de Furtos e Roubos.
De acordo com levantamento preliminar da perita Jussara, da Polícia Científica, João foi estrangulado com um cinto e, para que não gritasse, os assassinos colocaram uma camiseta dentro de sua boca e em volta da cabeça. Eles também amarraram as mãos e os pés da vítima com cabos de conexão de videocassete e fios de luz. Pela rigidez do corpo, estima-se que a morte tenha ocorrido às 9h, porém, nenhum morador do bairro disse ter visto os bandidos saírem da casa.
Não havia indícios de luta, o que leva a polícia a acreditar que João possa ter acolhido seus matadores. "Ele foi surpreendido pelos assassinos, que reviraram toda a residência, aparentemente, à procura de algum objeto específico ou mesmo dinheiro", comentou a perita. Entre o que foi levado da vítima estão dois televisores, um deles 29 polegadas, dois videocassetes e um microondas. "Pelo tamanho e quantidade do produto do roubo, mais de uma pessoa deve ter cometido o crime", disse o delegado da DFR, Rubens Recalcatti. Nos fundos da casa, outros aparelhos e objetos estavam empilhados, pronto para ser transportados.
Encontro
A vizinha que encontrou o corpo contou que desde a noite anterior as luzes da casa de João estavam acesas e a porta entreaberta. Na manhã do dia do crime, ela relatou ter visto um catador de papel batendo palmas na frente da residência e perguntando pelo morador. "Ele queria permissão para levar o que tinha visto nos fundos", comentou a mulher, que preferiu não se identificar. O portão que dá acesso aos fundos da casa foi roubado há cerca de dois meses, conforme contaram uns garotos que acompanhavam o trabalho da polícia.
Estranhando o estado da casa, ela entrou e, logo depois de perceber a gravidade do caso, acionou os soldados Camargo e Airton, do Regimento de Polícia Montada, RPMont. O delegado Rubens Recalcatti solicitou às pessoas que tenham alguma informação referente ao caso que entrem em contato com a delegacia, pelo telefone 262-2800.