Um "patrão", seis "funcionários", telefones, sede própria e quatro motos disponíveis para entrega imediata de mercadoria. A estrutura era de uma microempresa, mas ela acabou fechada porque o produto revendido é proibido por lei – o crack. O bem-organizado "disque-droga", desarticulado pelas delegacias do Alto Maracanã e de Colombo, levou sete pessoas à prisão.
A investigação durou aproximadamente três meses, até que equipes das duas delegacias, reforçadas pela Rone (da PM), entraram numa casa na Rua Argel, bairro Rio Verde, Colombo, na madrugada de segunda-feira. Ali foram detidas 12 pessoas e apreendidas quatro motocicletas; três telefones celulares; cerca de R$ 100,00 em dinheiro trocado; uma agenda com contatos; uma balança de precisão e 100 pedras de crack.
Acusados
Cinco dos detidos foram caracterizados como usuários e deixaram a cadeia após assinar termo circunstanciado. Os acusados de tráfico são Antônio Faria da Silveira, 59 anos, proprietário da casa; os irmãos Helder Carvalho Ferreira, 19, e Antônio Ricardo Ferreira, 22; Jesoel da Silva, 21; Everaldo Barbosa, 18, e as irmãs Roseli de Fátima Campos, 27, e Janaína Campos, 18.
Segundo o superintendente da delegacia do Alto Maracanã, Job de Freitas, Antônio era o coordenador do esquema. Ele, que tem um filho preso no 5.º Distrito Policial, confirma que a droga estava em sua casa, mas nega participar da venda de crack. "Ganho dinheiro com meu trabalho de motorista. Mas não estou aqui para cagüetar (entregar) ninguém", falou o suspeito. O policial afirma que os acusados tinham tarefas bem definidas – os rapazes faziam as entregas e as meninas embalavam a droga. O "disque-droga" atendia toda a região de Colombo em motos regularizadas.
Um dos presos, Hélder, é acusado de participar do assassinato do fugitivo paulista Wagner Maranhão, no último final de semana, em Colombo. O suspeito nega a acusação. "Eles vendiam fiado e tinham uma agenda com o valor das dívidas. Quem não pagasse, fatalmente morreria", disse Job.