Um grupo vinha faturando alto desde outubro do ano passado, lesando empresários e comerciantes através da venda de espaços publicitários em um jornal elaborado por eles. O golpe foi descoberto por policiais do 11.º Distrito Policial (CIC), após uma das vítimas entrar em contato com o delegado Sérgio Taborda e explicar a situação. Quatro homens – Euclides Eustachio, Fábio José de Figueiredo, Alexander Júnior da Silva Santos e Paulo Renato de Andrade – foram indiciados por crime de estelionato e liberados após prestarem depoimento.
O grupo entrava em contato com as vítimas via telefone e ofereciam o jornal como veículo para eles anunciarem os seus estabelecimentos comerciais. Caso não aceitassem adquirir o espaço publicitário, eles eram ameaçados. O grupo usava o nome das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros para dar legitimidade ao jornal. “Se as vítimas não comprassem os espaços publicitários, eram coagidas. Eles diziam às vítimas que, caso não pagassem, alguma coisa poderia acontecer contra o estabelecimento deles e não poderiam contar com a ajuda da polícia. Chegaram, inclusive a usar meu nome, como forma de coação” explicou o delegado.
O jornal, conhecido popularmente como Jornal dos Bombeiros, devido ao conteúdo de suas matérias, era um tablóide de oito páginas com as páginas centrais, capa e contracapa coloridas. As páginas centrais e o rodapé das demais eram forradas de anúncios, o que revela o grande número de vítimas que devem ter sido coagidas a “contribuir” com o grupo. Os anúncios eram vendidos entre R$ 50 e R$ 400.
O delegado acredita que as poucas matérias veiculadas no periódico eram retiradas de outros jornais. Além disso, o expediente do Jornal dos Bombeiros não apresentava jornalista responsável pelo material nem o local onde era impresso. Nenhuma matéria estava assinada. O dinheiro pago pelas vítimas era entregue a um motoboy, enviado especialmente pelos estelionatários. Nesse momento também era mostrado ao empresário (vítima) o anúncio impresso no jornal para dar veracidade ao golpe.
Segundo a polícia, o grupo agia em outras cidades do Estado, como Cascavel, Irati, Ponta Grossa, Araucária e São José dos Pinhais. Todos foram presos na Vila Nossa Senhora da Luz, Cidade Industrial de Curitiba. A esposa de um dos indiciados também é apontada como participante do grupo e está sendo procurada pela polícia. O delegado não tem a informação de quanto o grupo faturou com a farsa. As vítimas desse golpe devem procurar o 11.º DP para formalizar a queixa.