Desarticulada quadrilha que roubava cargas

Os empresários do ramo do transporte de cargas estão apavorados com a atuação das quadrilhas especializadas em roubo. Somente no mês de novembro, três ocorrências foram registradas na região de Curitiba, segundo informações do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar).

Ontem, a polícia anunciou o desmantelamento de uma quadrilha que agia no Paraná, São Paulo e Santa Catarina e que provocou prejuízo superior a R$ 1 milhão. Dez pessoas foram presas.

O presidente do Setcepar, Fernando Klein Nunes, diz que os ladrões não têm mais focado a atuação nas cargas mais rentáveis. “Eles estão roubando de tudo, até sucata de ferro levaram no último mês. A polícia precisa resolver isso”, indigna-se.

Uma das vítimas recentes foi o gerente de operações da transportadora Rodomar e também diretor do Setcepar, Marcos Battistella. Ele já teve quatro caminhões roubados (apenas um recuperado até agora), o que lhe causou um prejuízo de mais de R$ 1 milhão.

“Estes crimes também prejudicam o lado psicológico dos caminhoneiros”, comenta Nunes. Outra reclamação do Setcepar é com relação à falta de dados sobre o assunto. Segundo Nunes, a polícia não disponibiliza estas informações.

Aumento

O delegado da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, Itiro Hashitani, não confirma que está havendo um aumento nas ocorrências de roubo de cargas em Curitiba e região. Ele assumiu a delegacia há cerca de três meses.

“Até agora não percebi nenhuma mudança radical”, afirma. Com relação às estatísticas, ele explica que elas levam algum tempo para serem disponibilizadas porque o sistema de informática não permite separar ocorrências de roubo, desvio e estelionato.

Para o delegado, a diversificação de cargas roubadas pode ser explicada pela receptação. “Sabemos que essas quadrilhas são muito organizadas. Quando elas roubam já têm a carga encomendada”, conta.

Prisões

Ontem, a polícia prendeu parte de uma quadrilha de acusados de estelionato e desvio de cargas. Dez pessoas foram presas em dez cidades do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

Os policiais estimam que o prejuízo provocado pelos acusados chega a R$ 1 milhão. Com eles, a polícia encontrou computadores, duas pistolas, cinco caminhões, 15 toneladas de ferro (usados para estruturas de pré-moldados), três caminhonetes, rádio comunicadores e material usado para falsificar documentos.

Segundo o delegado Hashitani, os acusados seduziam os motoristas para que participassem das quadrilhas e, posteriormente, fizessem a queixa na delegacia. A polícia não informou desde quando a quadrilha agia, mas revelou que as investigações se intensificaram nos últimos três meses.