Três homens suspeitos de integrar uma quadrilha que praticou assaltos contra ônibus de turismo na região sudoeste do Paraná foram presos em Curitiba. Estão recolhidos na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), Jorge Altevir Gonçalves, Hélio Antônio de Souza e Antônio Rocha Burlani. Um quarto indivíduo identificado Francisco Aurélio Bompani da Silva, apelidado de “Nino”, e apontado como líder do grupo, continua foragido.

A prisão do grupo foi feita pelos investigadores Jorge Luiz Pacheco e Júlio César Carvalho, da delegacia de Realeza (PR), que contaram com o apoio de equipes da DFRV. Segundo o delegado daquele município, Nagib Nassif Palma, apesar do grupo atuar fora de Curitiba o comando era centralizado na capital. Os detidos estavam com mandado de prisão temporária decretado.

Assalto

As investigações sobre o grupo começaram a se intensificar após o último assalto, no dia 8 de abril, nas proximidades da cidade de Ampere. Os indivíduos utilizando dois carros conseguiram abordar e parar, na PR-182, um ônibus de sacoleiros que vinha do Rio Grande do Sul e tinha como destino Foz do Iguaçu. Sob a mira de armas de diversos calibres, o motorista do ônibus foi obrigado a dirigir para uma estrada secundária. Num local pré-determinado, os assaltantes encapuzados entraram no coletivo e obrigaram os passageiros a tirar a roupa. Em seguida fizeram a “limpa” nas vítimas levando dinheiro e pertences pessoais. Antes de ir embora os bandidos deixaram os passageiros trancados no bagageiro e banheiro do ônibus. O valor arrecadado pelos ladrões nesse roubo foi de aproximadamente R$ 100 mil.

Os bandidos fugiram e abandonaram um Vectra utilizado na ação quilômetros adiante. O carro tinha sido furtado no dia 2 de abril, em Curitiba.

A partir da placa desse carro, que era “fria”, os investigadores chegaram em uma oficina mecânica na capital, situada no Sítio Cercado. Em conversas com o mecânico Hélio, a polícia chegou ao nome de “Nino”. Era “Nino” que repassava as placas frias para que o mecânico as colocasse em outros carros. Na sequência, os policiais descobriram um possível envolvimento de Jorge, que também foi detido. Em seu interrogatório, Jorge contou que “Nino” e Burlani haviam comparecido na casa dele com dois veículos -Astra e Vectra- com as cores e características dos carros utilizados no assalto ao ônibus de turismo. Os dois foram detidos no dia 14.

Hospital

As investigações tiveram continuidade, mas os policiais precisavam desvendar o paradeiro de Burlani e “Nino”. Num cruzamento de informações, a polícia descobriu que um dos assaltantes presos no final do mês passado, em Romilândia (SC), também por roubo a ônibus, tratava-se de Hermes Rocha Burlani, irmão de Antônio Burlani que estava sendo procurado. Durante a prisão de Hermes houve confronto com policiais militares catarinenses e ele foi baleado nas costas.

Os investigadores Pacheco e Carvalho souberam que Hermes estava internado no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba, e disfarçaram-se de médicos para tentar obter informações sobre Antônio Burlani com o irmão.

Descobriram que Antônio costumava visitar o irmão hospitalizado e montaram uma campana para apanhá-lo. No final da tarde de quarta-feira passada prenderam Antônio no hospital carregando uma sacola. Dentro dela estavam três capuzes. “Mais tarde descobrimos que naquele dia Antônio, em companhia de outros cúmplices, tentariam retirar Hermes do hospital sem pagar a conta do tratamento. Para isso seriam usados os gorros”, contou um policial.

Conexão

O delegado Nagib informou que as investigações sobre os assaltos a ônibus vão continuar. “Ainda falta prender o líder do grupo e há possibilidade de tratar-se de um grupo bastante numeroso visto que um irmão Burlani cometia assaltos no Sudoeste do Paraná e o outro em Santa Catarina. Pode haver vinculação entre os grupos presos”, explicou Nagib.

Dentre os presos em Santa Catarina também estão Luis Carlos Mitrut, Gerson Adão dos Passos e Ormir Marcoff.

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