A briga de vizinhos, na Rua Joaquim Caetano da Silva, Santa Quitéria, está fazendo a polícia e Siate perder tempo precioso para atender ocorrências graves. Por volta das 21h de quinta-feira, policiais militares do 12.º Batalhão foram chamados para ir até uma casa, onde, segundo ligação de um telefone público, duas pessoas haviam sido baleadas. Além da polícia, as ambulâncias do Siate e do médico também foram fazer o salvamento. No entanto, tratava-se de mais um trote. Nos últimos três meses, foram mais de 30 falsas comunicação de crimes no mesmo endereço.
A dona da casa, que preferiu não se identificar, disse que a família está se acostumando com as invasões frequentes da polícia. “Dessa vez, eles chegaram em três viaturas. Estávamos deitados e fomos surpreendidos com os passos no terreno e o cachorro latindo sem parar. O policial fez questão de revistar todos os cômodos e confirmou que não tinha nada de errado”, contou a mulher.
Cadáver
Ela relatou que há alguns dias um amigo da família foi visitá-los e deixou o carro estacionado na frente da casa. Quando estavam jantando, foram surpreendidos por policiais chamados porque um homem havia sido assassinado dentro do veículo. “A gente perdeu a tranquilidade. Até denúncia de drogas já fizeram contra minha filha. Um dia desses, os policiais do Denarc estiveram na casa”.
A vítima dos trotes não deu os nomes dos suspeitos, mas acredita que têm o objetivo de prejudicar a família. O local onde moram era uma área de ocupação irregular, onde os terrenos estão em fase de regularização. Por conta disso, o relógio de água é comunitário e atende a 19 famílias. “Quando a conta chega, nós fazemos a divisão, mas tem gente que usou e mesmo assim, sempre acha um jeito de não pagar. Essa situação já foi parar na Justiça, mas não esperávamos que a história fosse virar caso de polícia”. A mulher e sua família disseram que iriam na delegacia registrar um boletim de ocorrência denunciando os trotes.
Irresponsabilidade
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, levantamento feito há alguns meses apontou que cerca de 30% das ligações recebidas no número 190 são trotes. E que enquanto os policiais se deslocam até os locais indicados, outras ocorrências, que realmente necessitam da real presença da polícia, tem o atendimento comprometido.
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