Foto: Alberto Melnechuky/Tribuna
Bruno foi fuzilado porque
era contra as drogas.

As aulas do Colégio Estadual Maria Lopes de Paula, no Jardim Graziele, em Almirante Tamandaré, iniciaram ao som de tiros nesta segunda-feira à noite. Um de seus alunos, Bruno Alves Agostinho, 17 anos, que cursava o primeiro ano do Ensino Médio, foi baleado e morto na Rua Estados Unidos, a uma quadra da escola, quando seguia para a aula, às 18h50. Bruno morreu porque denunciou o tráfico no Jardim Graziele.

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Quando a tia do rapaz chegou ao local e se deparou com o sobrinho caído no canto da rua, começou a chorar e gritou: "O Carlos é o culpado de tudo isso, ele deveria estar aqui … é você quem deveria ter cuidado dele", apontando para o  tio do garoto, que também presenciava a cena.

A reportagem da Tribuna questionou a mulher a respeito de Carlos, se ele seria o assassino do garoto, porém, a senhora desconversou. O tio da vítima, que é policial, revelou que o sobrinho lutava contra o tráfico, denunciando as ações dos traficantes que agiam no bairro. Já o pai de Bruno, Ivo Agostinho, revelou quem eram os assassinos. "Meu filho não era usuário de drogas, nem ao menos fumava. Os caras mataram porque não gostavam dele, porque ele era contra o tráfico. Quem fez isso foi o ?Dinho’, o ?Délio’ e o ?Deja’, lá do ponto final do Jardim Graziele", revoltou-se o homem, sentado no chão próximo ao corpo do filho.

No momento do crime, o movimento de estudantes que seguiam para o colégio pela Rua Estados Unidos era grande, porém os jovens e moradores da rua insistiram com a polícia de que nada viram, sendo inviável aos policiais levantar qualquer dado sobre a identidade dos marginais. Bruno foi alvejado por três tiros na cabeça e dois nas costas, mostrando que quem o matou estava realmente determinado a silenciar definitivamente o jovem.

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Policiais militares de Itaperuçu deram o primeiro atendimento ao crime. "Nós nunca tivemos ocorrências ou denúncias de problemas de tráfico de drogas no colégio, em si. Porém, esta localidade é problemática, com crimes envolvendo o uso e comércio de entorpecentes. Existem também muitas brigas de gangues, entre as turmas do Nova Morada, Jardim Graziele e Jardim Apucarana", contou o soldado Rolim, que atendeu à situação junto ao soldado Tiago. O caso será investigado pela delegacia de Almirante Tamandaré.