Uma educadora e a diretora de um Centro de Educação Infantil (Cmei), de Almirante Tamandaré, que não tiveram os nomes revelados, foram ouvidas na manhã de ontem na delegacia do município.
A educadora foi acusada de violência sexual contra uma menina, de 3 anos. A denúncia na delegacia foi feita pela mãe da criança, que notou ferimentos na virilha e barriga da menina, entre outras marcas do abuso.
A criança foi submetida a exames no Hospital Pequeno Príncipe, acompanhada por um perito do Instituto de Criminalística. O laudo do exame deve ficar pronto, em caráter de urgência, na segunda ou terça-feira. Os depoimentos da professora e da diretora foram acompanhados pelo secretário municipal de Educação, Romildo de Brito.
Dúvida
Segundo a polícia, o resultado do exame é fundamental para o desenrolar das investigações. A mãe da vítima contou que, na segunda-feira, a menina chegou em casa reclamando de dores na barriga e com vermelhidão na virilha. “Ela foi medicada, pois a primeira impressão era que tratava-se de assaduras”, contou a mãe.
Porém, no dia seguinte, a criança continuava com dor na barriga, teve sangramento vaginal e a virilha estava com manchas roxas. “Perguntei o que havia acontecido e ela me contou que a tia da creche havia colocado um cabo de vassoura na vagina dela”, completou a mãe.
Cuidado
O superintendente Job de Freitas disse que o caso é complexo e precisa ser tratado com todo cuidado. “Os machucados são visíveis a olho nu, mas não temos certeza do abuso. Temos que esperar o laudo. A educadora contou que é professora substituta e, no dia em que supostamente aconteceu o abuso, ela ficou apenas 15 minutos com a criança. Tanto ela, quanto a diretora, negam qualquer violência na creche”, explicou Job.
A professora e a diretora foram ouvidas e liberadas e não foram indiciadas. Enquanto o laudo não ficar pronto e outras informações não forem apuradas, elas não terão os nomes divulgados.
“Nossa intenção é que tudo seja feito da maneira mais correta possível. Temos várias políticas públicas que tratam do maus-tratos e do abuso sexual”, comentou o secretário Romildo de Brito.
Relatos são de assustar
Uma auxiliar de cozinha disse que a filha, aluna da mesma creche, recentemente apresentou sintomas parecidos. “Ela reclamou de dores na barriga e tinha irritação na virilha e na vagina. Minha mãe suspeitou que alguma coisa tinha acontecido, mas não levamos adiante, no entanto, agora que esse caso veio à tona, não descarto a possibilidade de a minha filha também ter sido abusada”.
O superintendente Job descobriu que uma professora, que foi demitida da prefeitura há aproximadamente um ano, havia feito denúncias de maus-tratos.
“Essa ex-funcionária deve ser ouvida na segunda-feira. Ela adiantou que tem denúncias registradas em livro ata, que nos deverá ser entregue pelo secretário de Educação. Tudo isso será minuciosamente analisado e nenhuma ação será tomada de forma precipitada”, contou Job.
Outras
Segundo outras mães de alunos da creche, além de maus-tratos, a ex-funcionária havia denunciado que alguns alunos eram dopados com remédios, para dormirem durante o período em que estavam em sala de aula, além de sofrerem agressões física e psicológicas.