Cinco imóveis avaliados em R$ 2,5 milhões, adquiridos por uma quadrilha ligada ao tráfico de drogas para “lavar dinheiro”, foram sequestrados por determinação da Vara de Inquéritos Policiais. A decisão da Justiça é resultado das investigações concluídas na última semana pela Subdivisão de Inteligência e Informação da Delegacia de Narcóticos do Paraná.

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Segundo a polícia, Seide Rei Mendes Nunes teria articulado a compra de imóveis utilizando nome de “laranjas” para comprar imóveis para o traficante Charles Robert Dezero, condenado a 14 anos de prisão por tráfico de drogas. Os dois foram indiciados por lavagem de dinheiro e poderão pegar pena de três a dez anos de reclusão.

De acordo com as investigações, a polícia chegou até os imóveis (um deles, uma mansão à beira mar em Florianópolis, avaliada em mais de R$ 1 milhão) quando investigava o envolvimento de Dezero com o tráfico de drogas. Segundo a polícia, ele liderava uma quadrilha que fornecia cocaína para São Paulo e Rio de Janeiro.

Em 2009, depois de fugir para Curitiba, Dezero foi preso em ação que contou com apoio da Delegacia de Furtos e Roubos  (DFR). O traficante estava de posse de quatro veículos de luxo, avaliados em mais de R$ 300 mil, dentre eles uma motocicleta Harley Davidson e uma Land Rover, todos em nomes de “laranjas”.

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Ao cumprir mandado de busca e apreensão, em um apartamento no Centro Cívico, a polícia apreendeu documentos que levaram à identificação dos imóveis adquiridos para “lavar” o dinheiro do tráfico. O que chamou a atenção, além do volume de dinheiro movimentado, é que Nunes indicou o nome da esposa e, até mesmo, da própria mãe para aquisição dos bens.

Um dos “laranjas”, segundo a polícia, era um manobrista e adquiriu um caminhão no valor de R$ 197 mil, pago com dinheiro à vista. Outro era uma empregada doméstica, cujo nome foi usado para comprar a motocicleta, no valor de R$ 80 mil.

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“Não basta apreender a droga, prender traficantes. É preciso retirar os bens dos narcotraficantes, desarticulando essa criminalidade nefasta”, ressaltou o delegado Ricardo de Miranda Monteiro, que comandou as investigações. Segundo ele, o trabalho vem ao encontro da nova orientação da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) e do Departamento da Polícia Civil, que visa o combate rigoroso ao narcotráfico.

Os bens deverão ser leiloados e os valores serão revertidos para o combate ao tráfico e para a prevenção ao uso de drogas.