Uma das maiores quadrilhas envolvidas no tráfico de crack e cocaína no Paraná foi desmontada durante a Operação Conexão Rondon, deflagrada na manhã de ontem, pela Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) de Cascavel com apoio do Ministério Público, em Marechal Cândido Rondon.

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Ontem, foram 19 prisões realizadas – 18 mandados de prisão cumpridos e uma prisão em flagrante – além de 26 mandados de busca e apreensão e seis de busca de veículos cumpridos. No total, já são cerca de 18 quilos entre crack e cocaína apreendidos.

Desde o início das investigações em maio, foram 30 pessoas – 28 homens e 2 mulheres presas suspeitas de participar do esquema, entre elas o taxista José Gercilio Dalbosco, 60, preso em Marechal Cândido Rondon e responsável pela movimentação financeira da organização criminosa.

“Ele não colocava a mão na droga, mas exercia papel fundamental, evitando que recursos financeiros do tráfico passassem por contas correntes”, disse o delegado-chefe da Denarc de Cascavel, Julio Cezar dos Reis. Para transportar a droga, além de táxis, o grupo usava ônibus de turismo e moto táxis.

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A polícia acredita que cerca de 40 pessoas participem do bando, sendo que 34 delas tiveram mandado de prisão decretado pela Justiça. Restam cumprir cinco. Ontem, nove pessoas foram localizadas em Marechal Cândido Rondon, cinco em Toledo, três em Cascavel, e os dois últimos em Foz do Iguaçu e Quatro Pontes.

As outras 11 pessoas já haviam sido detidas em Toledo, Cascavel, Céu Azul, Foz do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon e Assis Chateaubriand. De acordo com o MP, muitos estariam envolvidos em outros crimes como roubos, homicídios e porte ilegal de arma.

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As investigações apontam que pelo menos 10 quilos de crack eram trazidos de Foz do Iguaçu por semana e vendidos nas cidades da região. De acordo com o MP, o bando levava a droga para Cascavel e a distribuía para as cidades vizinhas.

Ontem, foram apreendidos três táxis, um ônibus de turismo, três revólveres carregados e 3,3 quilos de crack e cocaína. Outros 15 quilos de crack e cocaína já haviam sido apreendidos. Há indícios de que parte da droga seria destinada a outras regiões do Paraná e para outros estados como São Paulo e Rio Grande do Sul.

Segundo o promotor de Justiça, Guilherme Martins Agostini, alguns dos presos não tinham passagem pela polícia e não davam motivos para desconfiança. “Eles, aparentemente, mantinham uma vida dentro da legalidade”, observou. Todos serão indiciados por associação para o tráfico de drogas. A pena para este tipo de crime varia de três a 10 anos de reclusão.

Interceptação

A partir da identificação dos suspeitos em maio pela Polícia Militar de Marechal Cândido Rondon, a Promotoria de Justiça da comarca entrou com pedido de interceptação telefônica dos supostos traficantes.

Por meio de escutas realizadas pela Denarc, foi possível chegar aos outros integrantes do bando e à descoberta dos locais onde a droga era escondida por eles. O delegado explicou que essa é uma das maiores quadrilhas presas no Estado em número de pessoas.