O delegado Francisco José Batista da Costa, um dos acusados por envolvimento no assassinato do jovem Rafael Rodrigo Zanella, morto por policiais do 12.º Distrito Policial da capital enquanto faziam uma suposta diligência para prender um traficante de drogas no bairro de Santa Felicidade, em 1997, é também hoje um dos homens fortes da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). O delegado, condenado a júri popular pelos crimes de usurpação de função pública e falsidade ideológica, uma vez que teria acobertado o crime, foi nomeado ao cargo de delegado-geral adjunto da Polícia Civil em 28 de dezembro de 2005. A mãe de Rafael, Elizabeta Zanella, se mostra indignada: ?Estes maus policiais, ao invés de serem punidos, estão sendo promovidos?.
A morte de Rafael está completando dez anos e, dos envolvidos, dois ainda estão sem julgamento: os delegados Francisco Costa e Maurício Bittencourt Fowler, este último apontado como participante no crime, por ter ajudado a forjar a morte do rapaz colocando maconha na roupa e uma arma no carro. Os investigadores Carlos Henrique Dias, Daniel Santiago Cortez, Airton Adonski Junior, Reinaldo Siduorski e o alcagüeta Almiro Schimidt já foram condenados. Rafael foi morto quando, ao ter o carro interceptado, o alcagüeta que acompanhava os policiais disparou a pistola acidentalmente, matando-o com um tiro na cabeça. Para encobrir o crime, os demais envolvidos simularam que Rafael era traficante e que ele e seus amigos – havia mais três rapazes dentro do veículo – tinham reagido à prisão. Os três amigos da vítima foram presos, torturados e mantidos incomunicáveis na delegacia por vários dias, recebendo ordens para que confirmassem a versão criada pelos policiais.