Delegado orienta como evitar crimes pela internet

Crimes contra o patrimônio, como clonagem de cartões, estelionato e desvio de dinheiro são as ocorrências criminais mais investigadas pelo Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), unidade especializada da Polícia Civil, correspondendo a aproximadamente 60% do total.

Crimes como calúnia, injúria e difamação, envolvendo nome e imagem de terceiros, aparecem logo em seguida, com diversos casos registrados pela unidade.

Para quem costuma fazer movimentações bancárias e compras online, o delegado Demétrius Gonzaga de Oliveira, responsável pelo Nuciber, alerta que é necessário que os computadores estejam protegidos com pacotes de segurança, de preferência os pagos, para evitar transtornos.

“Nunca se deve acessar a conta bancária ou fazer compra pela internet em computadores disponíveis ao público, como lan houses, pois podem conter vírus”, diz ele.

Outro risco é ter roubada a senha de um cartão usado para a compra on-line. “É sempre bom lembrar para que não se clique em mensagens suspeitas. Bancos não mandam e-mails”, avisa o delegado.

Pedofilia

Nos casos de pedofilia, o delegado explica que o pedófilo usa a internet e, principalmente, as redes sociais para se aproximar das vitimas e estudar características das crianças e adolescentes para estabelecer vínculos de confiança.

“O pedófilo não é um exibicionista, procura estabelecer contato, iniciar conversas. Ele estuda as gírias, as preferências e procura locais que as crianças e adolescentes frequentam”, caracteriza Oliveira.

O delegado orienta que é preciso que pais e responsáveis estejam atentos ao uso que crianças e adolescentes fazem das tecnologias. “Os pais precisam cuidar dos relacionamentos que os filhos têm e desenvolvem pela internet e determinar tempo diário para uso da rede, desligando os roteadores wireless durante a noite”, indica.

Oliveira complementa que, para maior segurança, os pais não devem permitir o uso de computadores ou dispositivos que acessem a internet nos quartos e avaliar se as crianças participam de redes sociais, permitidas apenas para maiores de idade.

“Os filhos jamais devem postar fotos ou informações que identifiquem o local onde moram, estudam, locais que frequentam e o patrimônio que a família possui”, afirma.

Resolução dos casos

O Nuciber tem índice de resolução de 90% nos casos investigados. Desde 2005, ano em que foi criado, foram mais de 25 mil casos recebidos, dos quais 22.500 foram solucionados.

Os outros cerca de 10%, na maior parte dos casos, não são solucionados devido a empresas que não dão respostas ou que são de outros países. Os investigadores do Nuciber já chegaram a resolver 23 casos em apenas um dia.

São atendidas tanto ocorrências nacionais quanto internacionais, em países como Estados Unidos, China e Rússia. Foi a primeira unidade policial a pedir quebra de sigilo da comunidade do Orkut no Brasil. O Nuciber desenvolve um importante papel em todas as ocorrências relacionadas com a tecnologia.

Também são investigados homicídios, roubos, pedofilia, crimes contra o patrimônio, estelionato, tráfico de pessoas e até mesmo combate às drogas e atentados terroristas, sempre que solicitado apoio por outras unidades policiais.

Isso ocorre quando existem imagens de câmeras ou fotos e comentários de roubos em redes sociais, planos e conversas entre criminosos pela internet, por exemplo.

“As unidades do Nuciber são o grande apoio de inteligência tecnológica de todas as outras unidades”, explica Oliveira. Delegado mais antigo do Brasil na área de cibercrimes, Oliveira comenta que as tecnologias são usadas pelos criminosos de três formas.

Uma delas é para praticar o crime, a segunda é para comemorar o crime (criminosos que postam fotos dos crimes em redes sociais) e a última é ,que o criminoso também usa meios eletrônicos para se comunicar, como qualquer cidadão. “O criminoso nunca vai utilizar a própria identidade. Então o primeiro degrau do cibercrime é a falsa identidade”, diz Oliveira. 

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