Foto: Átila Alberti/Tribuna |
Costa sumiu há mais de 2 meses. continua após a publicidade |
Comentários nos meios policiais dão conta de que o delegado Edson Costa, que está com mandado de prisão decretado pela Justiça, sob a acusação de envolvimento no esquema de pedofilia associado a extorsões, deve se apresentar em breve à Justiça, aproveitando a brecha da lei eleitoral, que estabelece que ninguém pode ser preso cinco dias antes e dois dias depois das eleições.
O promotor Armando Antônio Sobreiro Neto, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias Eleitorais, explicou que o Código Eleitoral estabelece algumas garantias ao eleitor. ?Só é permitida a prisão em três casos. Um deles é a prisão em flagrante. Outro é quando o eleitor tiver sido condenado por crime inafiançável. A terceira é por desrespeito a salvo-conduto?, disse. Ele explicou que o último caso ocorre quando o eleitor é ameaçado pelo fato de ter votado ou deixar de votar.
Apesar de a lei favorecer as pessoas que estão com prisões temporárias ou preventivas decretadas, durante esse período, Sobreiro informou que não é comum a apresentação de foragidos para dar suas versões no processo.
?O eleitor só se apresenta quando acha que tem alguma chance que sua prisão seja revogada. Isto não significa que ele vai conseguir?, disse.
Pedofilia
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público, no dia 26 de junho deste ano, Luciana Polerá Correia Cardoso, 21 anos, mantinha uma agência de acompanhantes e um cliente, que não foi identificado nas investigações, solicitou uma adolescente para um programa sexual. Luciana comentou o pedido com uma mulher, que teria sugerido a idéia de envolver policiais em um ?esquema? para extorquir pedófilos.
O esquema teria sido colocado em prática, no início do ano passado por Luciana, seu tio Lincoln Lima dos Santos, 43, – que foi policial militar -, a secretária de Luciana, Bruna Fernanda dos Santos, 20; e policiais lotados no 7.º Distrito Policial (Vila Hauer). Depois se estendeu para o 12.º DP (Santa Felicidade) e 4.º DP (São Lourenço). Em abril deste ano, o esquema foi descoberto após os policiais tentarem extorquir um empresário, que se negou a pagar o valor pedido e denunciou os policiais do 4.º DP, entre eles o delegado Edson Costa. A maioria dos acusados são policiais e continuam presos. Somente outros dois delegados e duas escrivãs foram soltos sob força de habeas corpus.