Contrariando denúncias de moradores de Antonina, de que aumentou o índice de criminalidade no município, o delegado Darci Pacheco assegurou ontem que a cidade continua muito tranqüila e são raros os casos de furtos ou tráfico de drogas. A queixa maior da população é o grande número de furtos de bicicletas, que são desmontadas e trocadas por drogas pelos viciados.
“Nós temos mais de 10 bicicletas apreendidas na delegacia, mas os proprietários não aparecem para recuperá-las”, avisa o delegado. A dificuldade, segundo ele, é que ladrões de Morretes (cidade vizinha a Antonina) furtam as bicicletas dali e vice-versa. “Sendo assim, teríamos que ir a Morretes para recuperar as bicicletas de Antonina e provavelmente as que estão aqui são de proprietários de lá”, explicou.
Problemas
Apesar da aparente tranqüilidade do município, o delegado não esconde que, a exemplo da maioria das delegacias de cidades de menor porte, enfrenta problemas com falta de pessoal e de material. Existe apenas um escrivão e dois agentes à disposição da delegacia. O restante do pessoal é composto por dois funcionários cedidos pela Prefeitura Municipal, que não podem exercer a função de polícia nem andar armados. Nos fins de semana a delegacia praticamente fecha e as ocorrências têm que ser atendidas pela Polícia Militar, cujo efetivo também é bastante pequeno.
A única viatura disponível só pode ser utilizada pelo próprio delegado, já que ele é o único que possui carteira de habilitação. “Eu vivo em regime de plantão, mesmo quando estou fora da cidade”, explicou Pacheco.
Os 13 presos ali recolhidos recebem uma verba de alimentação de R$ 0,80 por dia. Os policiais precisam fazer verdadeiros milagres para conseguir comida para todos eles. O Judiciário tem ajudado, aplicando multas que são revertidas para a compra de cestas básicas que são entregues na delegacia. Também os comerciantes são convocados a ajudar e doam alimentos e frangos para o consumo diário. Uma mulher que está presa é a responsável pela cozinha e prepara a alimentação dos detentos.