Inchando

Delegacias de Curitiba estão ficando lotadas novamente

As delegacias de Curitiba, que estavam conseguindo lentamente diminuir a quantidade de presos em suas cadeias, estão voltando a ficar inchadas. Isto porque a remessa de cerca de 80 presos, que acontece semanalmente para o sistema penitenciário, está “cancelada” uma vez por mês. O Departamento de Polícia Civil está se preparando para a Operação Verão e está dando prioridade em esvaziar as cadeias do litoral.

De acordo com o chefe da Divisão de Investigações Criminais (DIC), delegado Luiz Alberto Cartaxo de Moura, as delegacias de Curitiba estão lotadas 189% acima da sua capacidade de vagas. Na região metropolitana, o índice chega a quase 200%.

Por conta da parceria firmada com a Secretaria de Justiça (Seju), semanalmente, cerca de 80 presos são removidos das delegacias da grande Curitiba para o sistema penitenciário. Cartaxo explicou que, com a proximidade da Operação Verão, que começa em 15 de dezembro, as delegacias do litoral já estão passando por um processo de esvaziamento maior que o normal. Uma vez por mês, ao invés das delegacias da grande Curitiba terem presos removidos, são as delegacias do litoral que esvaziam suas celas.

Verão

A operação dedicada ao litoral tem ocorrido apenas uma vez por mês. Mesmo assim, está sendo suficiente para que as cadeias da capital e região voltem a acumular gente. Curitiba tem cinco delegacias com carceragens grandes, além de outras com cadeias menores. Mas Cartaxo garantiu que estão negociando com a Seju e buscando alternativas diariamente para que a situação não fique mais caótica. A operação de esvaziamento do litoral deve terminar no final de novembro.

Cadeia da DVC “em greve”

Encorajados pelo Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), policiais civis da Delegacia de Vigilância e Capturas (DVC) decidiram que não vão mais receber presos na carceragem. A especializada, na verdade, sequer possui uma cadeia. Tem apenas um corredor de menos de sete metros quadrados, fechado por uma grade, que nem possui banheiro e chuveiro. Isto porque o espaço foi destinado a custodiar presos apenas por algumas horas, enquanto os trâmites burocráticos do inquérito são feitos. No mesmo dia, o preso deveria ser levado ao sistema penitenciário, já que a DVC praticamente só trabalha com foragidos do sistema prisional.

Apesar disto, por conta da burocracia que existe para se transferir um detido, há presos que chegam a permanecer duas semanas no local, que já concentrou 20 pessoas dentro. Numa destas ocasiões de superlotação, quando a sala tinha nove pessoas, cinco conseguiram abrir facilmente a grade e escapar da DVC. Muitos policiais ficam estressados com a situação, que os expõe a riscos, e já houve até um caso de suicídio entre investigadores.

Luiz Alberto Cartaxo de Moura, chefe da Divisão de Investigação Criminal, concorda que o espaço não foi projetado para ser cadeia. “É apenas um remendo”, ironizou. Por isto, ele diz que respeita a manifestação dos policiais da DVC e está tentando liberar um espaço no Centro de Triagem I, no centro de Curitiba, para remover os cinco presos que estavam na especializada sexta-feira.

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