Cento e noventa e quatro delegacias estão, desde novembro, sem receber auxílio financeiro para as três refeições diárias dos presos. A constatação foi feita pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná (OAB), no relatório anual sobre a situação das delegacias do Estado, que deve ser finalizado neste mês.
Segundo Isabel Mendes, vice-presidente da Comissão, alguns delegados chegam a comprar fiado no comércio para poder manter a alimentação dos presos. Isabel conta que os delegados estão contando com a ajuda e confiança de empresários. “Frutas que sobraram no fim do dia ou até mesmo produtos de embalagens quebradas estão sendo destinados para alimentação dos presos”, ressalta.
Geral
A constatação foi feita, a princípio, nas delegacias de Matinhos e Pontal do Paraná, no litoral do Estado. “Confirmamos que isso acontece em todo o Paraná. Nas delegacias de Curitiba, a alimentação é feita de forma terceirizada, ao contrário das outras cidades”, disse.
Segundo ela, a delegacia de Matinhos abrigava 49 presos num local onde cabem apenas 16, e a de Pontal, 47 presos, num lugar projetado para 12 pessoas. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) não deu explicação para o problema.