A Delegacia de Campo Largo investiga o assassinato do lavrador Benedito dos Santos Vesceosk, 66 anos, morto a golpes de machado. O corpo foi encontrado às 10h de domingo, dentro da chácara onde morava, no quilômetro 122 da BR-277, bairro do Itaqui.
O dono da casa em que a vítima morava sozinha forneceu a primeira pista do crime. Segundo ele, Benedito, homem caridoso, costumava recolher andarilhos que lhe pediam um prato de comida. Há cerca de 15 dias, porém, ele não dispunha de alimento extra e não deu de comer a um destes mendigos. Por conta disso sofreu ameaças de morte, as quais relatou em seguida ao senhorio. Um detalhe do crime faz a polícia reforçar tal suspeita. “Por perversidade, o assassino apanhou um osso de costela que a vítima preparava e enfiou-lhe em uma das perfurações”, relatou o delegado Osmar Dechiche.
Outra suspeita do delegado recai em um vizinho, cujo nome é mantido em sigilo. Inicialmente interrogado como testemunha, o homem disse que conversou com o lavrador no sábado, perto das 18h, e que não viu nada de anormal. “Mas a Polícia Científica calcula que a vítima foi morta 48 horas antes do encontro do cadáver ? ou seja, por volta da manhã de sexta-feira”, disse o delegado. Esta divergência com a análise técnica fez surgirem suspeitas de envolvimento do vizinho. A investigação tenta descobrir se havia alguma rixa entre os dois. Parentes do lavrador reafirmaram que ele era pacato, benquisto, e não tinha inimigos.
Benedito foi morto com cinco golpes de machado, arma que o matador deixou fincada na raiz de uma árvore. Segundo o perito Carlos Henrique, da Polícia Científica, a desordem da casa indica de que houve luta entre o homem e seu algoz. Um pista deixada pelo assassino foi a pegada de seu sapato, marcada no sangue derramado da vítima.