A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) é uma bomba prestes a explodir. A equipe da Promotoria da Corregedoria dos Presídios do Ministério Público e do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminal, do Júri e de Execuções Penais, vistoriou a carceragem, no início da tarde de ontem.
Durante a visita, o número de presos aumentou de 122 para 124, com uma dupla detida por policiais militares. Todos estão em um espaço para 30 pessoas e dormem no chão ou em redes improvisadas. São, em grande parte, jovens que furtaram ou roubaram para sustentar o vício em drogas.
Condenados
De acordo com a promotora de justiça Maria Esperia Costa Moura, dos 122 presos, 18 já estão condenados, e um deles já cumpriu a pena. “Algumas sentenças ainda não foram encaminhadas para a Vara de Execuções Penais (VEP), portanto, alguns presos sequer constam no sistema”, explica a promotora.
A DFRV é a segunda delegacia com maior número de presos em Curitiba, perdendo apenas para o 12.º DP (Santa Felicidade), que já teve a carceragem interditada.
Apenas 18 investigadores são responsáveis por levantar informações de todos os inquéritos e ainda cuidar dos 124 presos. A especializada registrou fuga em dezembro, em fevereiro e em março. Na semana passada, houve nova tentativa.
O Ministério Público busca o remanejamento dos detidos. “As unidades do sistema penitenciário já estão praticamente na lotação”, diz Maria. Desde agosto de 2008 essa operação já avaliou 4.121 casos, libertou 151 presos e removeu 367 de delegacias. Outros 461 tiveram o processo revisado, mas ainda aguardam vagas para a transferência.
