O secretário Luiz Fernando Delazari, da Segurança Pública, garantiu ontem que o Paraná não está inadimplente com o Ministério da Justiça e que, portanto, não houve suspensão do repasse de verbas para investimentos em segurança. A explicação foi dada porque alguns jornais publicaram ontem a notícia, afirmando que o Estado estaria fora do Programa de Integração Nacional de Informações de Justiça e Segurança Pública (Infoseg).

De acordo com a assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu, o ministro da Justiça, Márcio Tomaz Bastos, desmentiu que teria suspendido o repasse de verbas. Tomaz Bastos salientou ainda que, em nenhum momento cogitou essa atitude, e confirmou que o Paraná continua beneficiado pelos repasses e integrado ao Infoseg.

Prisão

A informação surgiu depois da prisão de Adriano Vicente da Silva, no Rio Grande do Sul, que confessou ter assassinado 12 crianças. Ele é fugitivo da cadeia de União da Vitória, onde cumpria pena de 27 anos pelo assassinato de um taxista. A falta de informações prejudicou a recaptura do criminoso. A polícia gaúcha chegou a prender Adriano, mas como não encontrou qualquer dado sobre ele no Infoseg, acabou liberando o suspeito.

Delazari, no entanto, não concorda com essa acusação. ?A grande falha ocorreu em 2001, quando ele estava preso e fugiu. Isto aconteceu por culpa das mazelas do passado, por causa do descaso com que a segurança pública era tratada no governo anterior. Além disso, ele não teria sido identificado mesmo, porque quando foi preso no Rio Grande do Sul apresentou-se com outro nome, Gabriel?, disse. ?O que aconteceu foi um problema de investigação?, ressaltou.

Segundo ele, apesar de ser uma ferramenta importante, o Infoseg não é totalmente seguro. Afirmou ainda que a polícia gaúcha deveria ter recorrido a telefonemas, fax ou e-mail para obter as informações. ?Nosso sistema está sendo modernizado, mas não é absolutamente confiável?, afirmou.

Em nota, a Secretaria da Segurança explicou que ?em 2002 o sistema de cadastro de mandados de prisão do Paraná foi reestruturado e iniciou-se um processo de atualização junto ao programa nacional. Em maio de 2003, o Paraná limpou seu banco de dados do Infoseg, em virtude de as informações estarem incompatíveis com o sistema paranaense. Essa situação gerava injustiças aos cidadãos que tinham seus mandados de prisão revogados pelo Poder Judiciário, uma vez que o cadastro nacional não estava atualizado?.

A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança afirmou que, até maio, o Infoseg estará totalmente alimentado, e que o trabalho de recuperação do sistema, para deixá-lo mais adequado, foi informado ao Ministério da Justiça. ?O Paraná considera o Infoseg uma ferramenta importante. O Estado é parceiro e tem total interesse no bom funcionamento do Infoseg?, concluiu o secretário.

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