O julgamento do adolescente de 14 anos que assassinou a tia com 30 facadas, no Hauer, no início de março, teve sua primeira etapa terça-feira. A audiência foi na Vara da Infância e da Juventude, com as testemunhas de acusação. O prazo de 45 dias, tempo máximo que o menor infrator pode permanecer apreendido, termina dia 20. O adolescente continua retido no Centro de Socioeducação (Cense), ao lado da Delegacia do Adolescente, no Tarumã.
O advogado de defesa, Nilson Magalhães dos Santos, afirma que o garoto fez exame eletroencefalográfico e foram constatadas alterações. O resultado será usado pela defesa na segunda etapa do julgamento, na semana que vem, quando as testemunhas de defesa e adolescente serão ouvidos. Caberá ao juiz decidir se acata a alegação de problemas psiquiátricos e para onde o garoto será encaminhado para cumprir a medida.
Ele poderá ser encaminhado para Censes, clinicas psiquiátricas ou até ficar sob liberdade assistida, de acordo com o advogado. A melhor alternativa, para Nilson, seria a clínica, pois a família espera que ele cumpra a medida, com acompanhamento médico. Nilson disse que a família não possui condições de pagar clinica particular e critica o Estado por não possuir instituição destinada a menores infratores com distúrbios psiquiátricos.
Resposta
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Família, responsável pelo Cense, garantiu que o Estado possui hospitais psiquiátricos, mas não detalhou se estes locais são destinados somente a adolescentes. O órgão informou que, caso o adolescente seja encaminhado a uma unidade convencional, e por ventura apresente algum problema psiquiátrico, imediatamente o juiz é comunicado para que tome providências. A Delegacia do Adolescente e o Ministério Público não forneceram informações porque o processo corre em segredo de Justiça.
Crime
Na madrugada de 6 de março, a mulher, de 44 anos, foi atacada enquanto dormia. A bancária morreu com mais 30 golpes de faca. O marido da vítima estava fora do país, em viagem de trabalho. Um vizinho policial militar ouviu barulhos e ao entrar na residência encontrou o adolescente ainda com a faca em punho. A vítima foi socorrida, mas morreu no hospital. Os pais do adolescente vivem no litoral. A tia e o sobrinho moravam juntos há três anos e o garoto, estudante do Colégio da Polícia Militar, nunca teve problemas na escola.
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