Os advogados de Juarez Ferreira Pinto, 42 anos, acusado de ter baleado dois estudantes universitários no Morro do Boi, em Caiobá (litoral do Estado), em 31 de janeiro passado, deverão solicitar até o final de semana a prorrogação do prazo para elaborar a defesa dele.
O pedido será encaminhado à juíza substituta da Vara Criminal de Matinhos, Tathiana Yumi Junkes. A alegação dos defensores é de que um caderno de anotações usado como prova contra o acusado e outros documentos do processo não foram entregues pela polícia aos advogados, para a elaboração completa da defesa.
Juarez, que está recolhido numa das celas da Casa de Custódia de Curitiba (CCC) terá dois escritórios de advogados criminalistas de Curitiba para tratar de seu caso.
O trabalho de defesa teve início com o escritório de Nilton Ribeiro de Souza e, agora, também a equipe de Cláudio Dalledone Júnior está estudando o processo.
Reviravolta
Os criminalistas prometeram ontem uma reviravolta para o caso, baseada em novas perícias, contratadas especialmente para provar que Juarez não teria condições físicas de cometer o crime pelo qual está sendo acusado, e também com base nas contradições encontradas no próprio inquérito.
Na próxima terça-feira, pela manhã, novos peritos estarão circulando pelo Morro do Boi, para um levantamento completo de todo o local. Também exames médicos de alto nível, como os realizados em atletas, deverão ser feitos no acusado.
A idéia é mostrar que, devido aos seus problemas de saúde – ele sofre de hepatite C, pressão alta e diz ser soropositivo – não teria força física para subir o morro, muito menos lutar com dois estudantes jovens e de boa saúde, para roubá-los.
A ausência de provas materiais, como a arma supostamente usada por Juarez e uma lanterna, também será explorada pelos defensores, que apontam ainda muitas contradições por parte da jovem que sobreviveu ao atentado.
“Ela primeiro disse que seu namorado foi morto ao defendê-la de uma tentativa de estupro. Depois disse que não houve estupro, mas que foram vítimas de assalto. No entanto, ela permaneceu com o relógio de pulso com que havia saído de casa. Também reconheceu uma camiseta amarela como sendo a usada pelo assassino. Depois a peça foi descartada pela polícia como prova, porque exames em manchas de sangue encontradas nela não foram compatíveis com o sangue de Juarez”, comentou Nilton Ribeiro, assegurando ainda que o reconhecimento do acusado feito pela vítima foi induzido pela polícia.
O crime
O crime ocorreu na tarde de 31 de janeiro último, por volta das 17h30, quando o casal – Osiris del Corso, 22, e Monik Pergorari, 23 – foi ao Morro do Boi para conhecer uma gruta e a Praia dos Amores.
Juarez, armado com revólver, teria assaltado o casal. Após pegar R$ 90,00 que estavam no bolso do shorts de Monik, teria exigido que os dois tirassem as roupas. O namorado reagiu e acabou morto com um tiro no peito.
Monik tentou fugir, mas foi baleada na perna e ainda ferida na coluna vertebral por uma bala que ricocheteou numa pedra. Este ferimento lhe deixou paraplégica. A acusação ainda dá conta de que 4 horas após o atentado, Juarez voltou à cena do crime, e molestou sexualmente Monik, tocando suas partes íntimas. O casal só foi encontrado pelos bombeiros às 13h de domingo.