Foi entregue ontem na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), o laudo de dosagem alcóolica do motorista Claudemir Batista Severino, 44 anos, que foi linchado após matar cinco pessoas da mesma família em um acidente de trânsito, no dia 17 de julho. "Foi constatado que ele tinha 33 decigramas de álcool no sangue. O total permitido pelo Código de Trânsito Brasileiro é de três decigramas e o tolerável é o dobro, ou seja, seis decigramas", salientou o delegado Armando Braga, titular do Dedetran.
Braga salientou que se o motorista não tivesse sido linchado, estaria sujeito a uma pena de detenção de seis meses a três anos, e multa de suspensão ou proibição para obter permissão para dirigir. "O laudo comprovou que ele estava muito alcoolizado", disse o delegado, que apura as causas do acidente de trânsito. O linchamento está sendo apurado pela Delegacia de Homicídios. Hoje o delegado Maurílio Alves irá ouvir a sobrevivente Sirlei Dias da Cruz, 19 anos, que teve o marido Cléber de Andrade Dias, 23 anos, e a filha Vitória da Cruz Dias, 1 ano, mortos no acidente. A jovem também prestará depoimento na Dedetran.
Mortes
O acidente aconteceu à 1h10 do dia 17, na Rua Augusto dos Anjos, no Barreirinha, quando o caminhão Volkswagen placa ABC-6648, conduzido por Claudemir, tentou fazer o veículo pegar no tranco na marcha-à-ré. Como estava em uma descida, o veículo desceu por mais de cem metros e esmagou o Kadett AHD-2732, conduzido por Altair Carmo da Silva, 53 anos. Todos estavam na festa de aniversário de 15 anos da filha de Altair, que deixou sua casa, para levar seus parentes para casa. Além de Cléber e Vitória, morreram Cláudia Andrade Dias, 17, e a filha dela, Samara de Andrade Kruger, de 8 meses. Após a tragédia, populares lincharam o caminhoneiro. Algumas pessoas que participaram do linchamento já foram identificadas pela polícia, mas ainda não tiveram seus nomes divulgados.