A Receita Federal (RF) apreendeu mais de 10 mil unidades do medicamento Cytotec na fronteira com o Paraguai no ano passado. Com venda proibida no Brasil por ser um dos métodos abortivos mais populares, pelo menos 36,8 mil comprimidos já foram apreendidos pela Receita na sua entrada no País nos últimos três anos.
Quando a nova aduana entrou em funcionamento na Ponte Internacional da Amizade, no fim de 2006, o número de Cytotec apreendido foi ainda maior: 11,5 mil.
Em 2007, esse número pulou para 15,2 mil. De acordo com a Receita, o número era maior nos anos anteriores porque muitas pessoas ainda acreditavam que podiam passar sem problemas com o produto pela fronteira.
Uma das dificuldades na fiscalização é que o Cytotec pode ser facilmente escondido. Segundo a Receita, uma pessoa pode colocar até mil comprimidos enfaixados no corpo, o que requer um trabalho acentuado dos fiscais.
Agora, o esconderijo não é mais somente dentro da bolsa, mas no interior de garrafas térmicas, caixas de videogames e em estofamentos de ônibus. Do outro lado da fronteira, o Cytotec pode ser adquirido até mesmo fora das farmácias e em locais de fácil acesso da população.
O Cytotec corresponde a 10% do total de medicamentos apreendidos pela Receita. A maior parte, 60%, é de estimulantes sexuais, como Viagra e seus similares paraguaios, os quais não possuem registro no Brasil. Os 30% restantes são apreensões de anabolizantes, remédios para emagrecer e outros.