Foto: Aliocha Maurício

Rodrigo disse que é comum ocorrer o golpe da lista na cidade.

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O golpe da lista telefônica continua fazendo vítimas em Curitiba. Segundo a polícia, são bandidos que telefonam para empresas e pedem que gerentes ou proprietários atualizem seus dados junto à empresa de listas. Os golpistas mandam um fax ao local e pedem que a pessoa retorne o documento com as informações. Alguns dias depois, a vítima tem a surpresa: recebe um carnê para pagar por um serviço que não solicitou ou que não o agradou. De acordo com a Delegacia de Estelionato de Curitiba, são registrados, em média, cerca de três a quatro casos por mês deste tipo de golpe na capital. Mas segundo a polícia, o número pode ser muito maior, já que há vítimas que não formalizam a denúncia.  

Uma das vítimas de Curitiba contou que os bandidos telefonaram duas vezes para sua empresa. Na primeira vez eles usaram o nome de uma empresa de listas telefônicas, na segunda já mudaram o nome. ?Eles me pediram para enviar por fax um papel carimbado com todas as informações do meu estabelecimento. Esses bandidos são tão persuasivos, enrolam tanto a gente que acabei mandando, pois eu estava na maior correria?, lamentou. E o mais preocupante é que os bandidos pediram a assinatura da vítima. Tudo em troca de serviços como manter o nome na lista, participar do site e também de um CD. ?Eles mandaram novamente o papel e pediram para eu assinar?, relata. Cerca de dois meses depois, a surpresa: ela recebeu carnês para pagar 12 parcelas fixas de R$ 300. ?Fiquei horrorizada?, indignou-se.

Por sorte, essa vítima se deu conta da manobra e não pagou nenhuma parcela. Mas há casos de pessoas que tiveram prejuízo. ?Paguei a primeira parcela de R$ 3,6 mil que eles queriam me cobrar. A segunda não paguei, pois desconfiei que o serviço de internet fosse pirateado?, disse. Outras vítimas confirmaram à reportagem que passaram pela mesma situação. Porém, há casos em que os valores são bem mais altos. A reportagem telefonou para uma das empresas citadas pelas vítimas. Um dos supervisores do local confirmou que o telemarketing telefona para empresas oferecendo os serviços. ?Nossos funcionários passam por um treinamento para falar com as pessoas?, afirmou. O supervisor contou como a empresa trabalha. ?Nós tomamos o cuidado de pegar a assinatura somente de pessoas responsáveis pela empresa. Depois mandamos a cobrança?, disse.

Um dos delegados da Delegacia de Estelionato de Curitiba, Rodrigo Brown de Oliveira, disse que é comum ocorrer o golpe da lista na cidade. ?Em geral eles negociam por telefone e depois mandam alguém para fazer a cobrança ou pedem para fazer um depósito em uma conta corrente que geralmente é de laranjas?, explicou. Oliveira comentou que os bandidos se aproveitam da época de mudança de listas para tentar ganhar dinheiro fácil. Segundo ele, até agora ninguém foi preso. ?O fato deles aplicarem o golpe por telefone dificulta as investigações. Muitas vezes encontramos o local do telefone e quando chegamos lá já não existe mais. Quando é celular é mais difícil ainda. Há casos também em que eles abrem empresas de fachada e fecham com freqüência?, disse o delegado. Oliveira alerta a população que jamais informe dados a desconhecidos, ainda mais por telefone. ?O problema é que nesses casos trabalhamos com pessoas que têm grande capacidade de persuasão, articulação verbal. É preciso que todas as vítimas registrem os casos para facilitar nosso trabalho?, alerta o delegado. 

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