Moradores de Antonina, cidade histórica do litoral do Estado, estão revoltados com o aumento do índice de criminalidade e a ineficiência da polícia local. Antes pacato, o município, que hoje tenta atrair turistas para melhorar a economia local, está convivendo também com a presença de ladrões e de traficantes de drogas. “Aqui furtam uma média de cinco bicicletas por dia”, alerta uma moradora, que preferiu não ser identificada para não sofrer represálias.
As bicicletas, segundo as vítimas, transformaram-se em moeda de troca para traficantes. Furtadas por menores de idade, são desmanchadas e as peças trocadas por maconha ou tinner (solvente inalado por garotos viciados). Como no quadro existe uma numeração, esta parte da bicicleta normalmente é dispensada em algum lugar de difícil acesso. Em outras ocasiões, em uma atitude de afronta, os ladrões penduram os quadros em árvores, para provocar os verdadeiros proprietários das “magrelas”, que sabem que jamais vão conseguir recuperá-las.
Sem ação
A situação das vítimas fica ainda pior quando vão procurar a polícia. “Os policiais militares dizem que isso é um problema para a Polícia Civil resolver. Daí a gente procura a delegacia e eles dizem que é coisa para a Militar fazer. Fica um jogo de empurra e ninguém faz nada”, comenta outro morador, indignado com a situação.
E para irritar ainda mais a população, a delegacia local fecha nos fins de semana. Denúncia dá conta de que o delegado sai na sexta-feira, com a única viatura que existe na cidade, e passa o fim de semana em Curitiba, onde reside, só retornando na segunda-feira, ao meio-dia. “É só verificar na delegacia como hoje (ontem) não tem polícia nem viatura lá”, desafiou uma vítima de furto de bicicleta. Nossa reportagem fez contato telefônico com a delegacia e confirmou que apenas um funcionário da Prefeitura Municipal estava no plantão, cuidando do prédio. A viatura estava com o delegado, que se encontrava em Curitiba.
