Uma criança de 3 anos levou um tiro na cabeça, dentro de casa, no Jardim Independência, em São José dos Pinhais. Guilherme Henrique Padilha Barreiros foi encaminhado ao Hospital Angelina Caron no helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e, na noite de ontem, continuava internado em estado grave. O envolvimento da mãe do menino com drogas pode ter motivado o crime.
À tarde, por volta das 16h30, informações anônimas à Ronda de Natureza Especiais (Rone) levaram os policiais militares a prender três suspeitos do crime. O sargento Florisvaldo, da Rone, disse que eles pertenceriam a gangue dos “Dez Mais”.
Wagner Oliveira Machado, Itamar Alves de Faria, e Kelvin Borges Teixeira, todos de 18 anos, acusaram um adolescente, que ainda é procurado, de ter atirado. Com eles foi encontrada uma arma de fogo e pequena quantidade de droga.
Intimidação
No relato à polícia, eles disseram que decidiram atirar para intimidar os devedores de drogas do bairro e a família da criança. De acordo com o policial, quem mandou executar a cobrança foi o preso apontado como “Tiaguinho”.
Ele usaria a mãe como intermediária para continuar, mesmo de dentro da cadeia, a comandar o tráfico. O sargento contou que a gangue é responsável por vários crimes na região, mas essa seria a primeira vez que os três foram presos.
Conforme apurado pela polícia, a mãe de Guilherme, Glauci Valquiria Padilha, 33, é viciada em drogas e bebidas alcoólicas. Ela passou a madrugada, no pátio de casa, usando drogas e bebendo com um grupo de pessoas. Pela manhã, por volta das 9h15, quando os filhos se preparavam para ir à escola, a mulher conversava com dois rapazes no quintal.
Quando Glauci foi até a cozinha, um deles efetuou dois disparos e um dos tiros acertou a cabeça de Guilherme, que estava em pé, na porta. “Ele caiu e começou a gritar pela mãe”, disse uma das crianças que estavam na casa. Guilherme foi socorrido e passou por cirurgia para retirada do projétil.
Autuação
Segundo o superintendente Bastos, da delegacia do município, os três foram autuados por porte ilegal de arma e droga. Eles serão investigados para saber o grau de envolvimento no crime. Já o depoimento da mãe foi impreciso. Ela chegou à delegacia embriagada e sem condição de prestar declarações.
