Crack leva mais um jovem à morte

"Não acho quem me dê um tiro na testa", brincou Fernando Quadros Bueno, 19 anos, com sua irmã. Uma semana depois, morreu a facadas na Rua Laertes Femenon, próximo à esquina com a Rua Benvindo Bastos, Jardim Ipê II, em São José dos Pinhais. O jovem, viciado em drogas, foi assassinado às 18h40 de segunda-feira, no mesmo bairro em que morava com a mãe.

O destino do rapaz já era esperado pela família, que o via furtando objetos de casa para trocar por crack. "Ele foi internado três vezes e fugiu", contou Adriane, irmã de Fernando. O rapaz e a mãe estavam morando no Ipê II há apenas três meses. "Ele teve de sair da Vila Autódromo (Cajuru) porque estava sofrendo ameaças", relatou Adriane, sem saber quem teria ameaçado seu irmão. "O Fernando costumava dizer ?isso é problema meu’ quando a gente perguntava alguma coisa sobre sua vida", disse.

Droga

O desespero para sustentar o vício fez com que Fernando entrasse para o mundo do crime ainda adolescente. Ele teve passagens por furto e ficou preso, já quando maior de idade, em Pinhais. Da casa da família costumava retirar colchões, televisor e outros bens para trocar por crack. No novo bairro, ele não parou de se envolver com furtos. "Outro dia, ele apareceu com duas bicicletas diferentes, uma pela manhã e outra à tarde", contou Adriane, já conformada com o destino que o irmão insistiu em perseguir. "Este é o fim de quem se envolve com drogas, não é?", questionou.

Apesar de fazer pouco tempo que morava naquela região, Fernando já falava em mudar de lá. Ele comentou com a irmã que gostaria de ir para a Invasão Meia Lua, no Boqueirão, porque havia alguém, no Jardim Ipê, que "cantava de galo" e ele não conseguia seu "lugar" no bando. Fernando também havia comentado que um rapaz tinha "embaçado" com ele, apontando o início de uma possível rixa.

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