Corpos de sem terra e segurança são exumados

A pedido do Ministério Público (MP), aconteceu na manhã de ontem a exumação dos corpos do sem terra Valmir Mota de Oliveira, o ?Keno?, e do segurança particular Fábio Ferreira. Ambos foram mortos em um confronto ocorrido na fazenda da multinacional Syngenta Seedes, no município de Santa Tereza do Oeste, no último dia 21 de outubro.

Os trabalhos de exumação tiveram início às 7h30. Ocorreram em sigilo e foram comandados pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). O corpo do segurança foi o primeiro a ser exumado, no Cemitério Jardim da Saudade, em Cascavel. Já o corpo do militante estava enterrado no Cemitério de Santa Tereza. As exumações não foram acompanhadas por familiares dos mortos.

Tanto os restos mortais de Valmir quanto os de Fábio foram levados para o Instituto Médico-Legal (IML) de Cascavel, onde passaram por uma série de exames que poderão apontar se houve ou não indício de execução. O laudo da perícia deve ser confeccionado em Curitiba e ficar pronto dentro de trinta dias.

Ontem, os trabalhos foram acompanhados pelo advogado da empresa NF Segurança, responsável pela segurança da Syngenta, Hélio Ideriha. ?Sou favorável à busca da verdade real e imparcial. Entretanto, acredito que as investigações estão sendo parciais e tendenciosas a favorecer integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). A perícia está pendendo a apurar a culpa dos seguranças e inocentar o MST?, afirmou. Na manhã de ontem, ninguém do Cope falou sobre o assunto.

Entenda o caso

O conflito começou quando integrantes do MST e da Via Campesina reocuparam a fazenda da Syngenta, no mesmo dia 21 de outubro. Depois disso houve o confronto que terminou com as duas mortes e outras oito pessoas feridas.

Em virtude do trágico resultado do conflito, inclusive, entidades de classe de Cascavel, junto com a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), decidiram mover uma ação coletiva de improbidade administrativa contra o governador Roberto Requião.

O objetivo é responsabilizá-lo, tanto na esfera cível quanto na penal, pelo conflito. Para o presidente da OAB-Cascavel, Luciano Braga Côrtes, o governador tem deixado de cumprir mandados de reintegração de posse em todo o Estado e, dessa forma, permitido que continuem os conflitos entre sem terra e ruralistas.

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