Funcionários da Sanepar que trabalham na abertura de uma rua nos fundos da Vila União, Uberaba, encontraram um embrulho macabro por volta de 8h30 de ontem, às margens do canal extravasor.
O corpo de um rapaz, aparentando 25 anos, estava enrolado num plástico e num cobertor xadrez. Para amarrar o cadáver, os criminosos usaram cordas que ficaram estendidas ao redor do cadáver. Este foi o primeiro assassinato ocorrido na vila depois da chacina que fez oito vítimas no início de outubro.
Com a chegada dos peritos do Instituto de Criminalística, foi constatado que o rapaz vestia calção preto, camiseta vermelha e não portava documentos. Era pardo e tinha aproximadamente 1.70 m de altura.
Os peritos também apuraram que havia vários ferimentos no peito e na cabeça da vítima provocados por arma branca, provavelmente uma faca. Conforme investigadores da Delegacia de Homicídios, nenhum dos curiosos que apareceram no local reconheceram o rapaz.
“Acho que ele estava dormindo e pegaram o cobertor da casa dele”, comentou um morador da região. O que pode ajudar na identificação do rapaz é a tatuagem que ele tinha em uma das mãos, com os dizeres: “Não se engane com meu sorriso, pois é máscara da minha tortura”.
Para o cabo Fernando, do 20.º Batalhão da Polícia Militar, não resta dúvida de que o corpo foi desovado no local. “É um lugar bem isolado, próprio para desova”, disse.
Chacina
No dia 3 de outubro, a Vila União foi cenário de uma chacina que vitimou oito pessoas. Depois da tragédia, o policiamento na região foi reforçado, mas não impediu a ação dos marginais.
No dia em que a tragédia completou um mês, Edson de Oliveira Gonçalves, 38 anos, foi baleado na Rua Guilherme Walter Lowry. O rapaz foi ferido embaixo do viaduto da BR-277, que divide o Uberaba do Cajuru.