Um crime cruel e misterioso chocou moradores e policiais de Itaperuçu. Na tarde de ontem, um homem foi assassinado e queimado em um forno de carvão, na zona rural do município. Até o fim do dia, a vítima não havia sido identificada.
Pela manhã, Zair Artigas, 50 anos, foi com a família apanhar lenha em seu terreno, na Estrada do Canelão, a cerca de quatro quilômetros do centro do município. Lá, ele construiu alguns fornos de carvão, que foram desativados há um ano. Depois de passar cerca de uma hora no local, a família foi embora, por volta das 11h20.
Quando retornou, às 13h, viu um dos fornos acesos. Ao se aproximar, se deparou com a barbárie. ?Achei que era gado, mas, quando cheguei perto, percebi que era um homem. Fico imaginando o risco que corri, pois os criminosos poderiam ter chegado aqui na hora que eu estava com minha esposa, meu filho, minha tia e meu sobrinho?, contou Artigas. Ele chamou a polícia, e até mesmo os PMs da região se assustaram com o que viram. ?É inacreditável ver o que um ser humano é capaz de fazer com outro?, comentou o soldado Medeiros.
Queimado
A vítima estava com os olhos vendados por um pedaço de pano e uma fita adesiva. Apesar de quase toda a roupa ter sido queimada, foi possível ver que o homem vestia camisa xadrez azul e branco, jaqueta cinza e sapatos beges. O relógio de pulso não foi levado pelos criminosos.
Ao que tudo indica, o homem foi levado até o terreno e, com os olhos vendados, obrigado a entrar no forno. Quando estava lá dentro, teria sido assassinado com um tiro na cabeça. ?Só no IML poderemos confirmar o ferimento, mas a quantidade de sangue indica que a vítima foi baleada?, disse a perita Solange, do Instituto de Criminalística. Depois matá-lo, os marginais jogaram gasolina no corpo e atearam fogo.
Os investigadores da delegacia local contaram que não há registro de desaparecimento no município e não descartam a possibilidade de a vítima morar em outra cidade. Eles vão aguardar que ela seja identificada para dar início às investigações.