Uma perna jogada de um lado do Rio Barigüi. A outra encontrada a poucos metros dali, também na água. E por fim, um braço deixado na margem. Foi desta forma que as partes do corpo, provavelmente de uma mulher, foram achadas no final da tarde de sábado, no Fazendinha.
O crime lembra outro ocorrido em junho de 2004, quando o corpo de um homem, retalhado em nove partes, incluindo a cabeça, foi encontrado boiando no Rio Guaíra, no Parolin. Quase dois anos depois, a Delegacia de Homicídios não identificou a vítima, muito menos descobriu a autoria da barbárie.
De acordo com o investigador Magalhães, da DH, era final da tarde, quando duas jovens caminhavam sobre a ponte do Rio Barigüi, na Rua Raul Pompéia. A garota de 14 anos avistou uma das pernas e avisou a amiga. Elas ficaram na dúvida se tratava-se de uma boneca ou de um membro humano e foram até um bar próximo contar o que tinham visto.
Um senhor avisou a polícia e a selvageria foi confirmada: a vítima foi esquartejada.
As pernas foram cortadas no joelho e o braço esquerdo, no ombro. As unhas pintadas de vermelho e as características da pele indicam que a vítima seria uma mulher, porém, nenhuma outra parte de seu corpo, que confirmasse com precisão o sexo, foi encontrada. De acordo com o perito Alcebíades, apesar de os membros estarem começando a se decompor, os dedos da mão estavam com as digitais visíveis, o que pode ajudar na identificação da vítima.
Quando policiais militares e civis chegaram no local, junto com o perito criminal e funcionários do Instituto Médico-Legal (IML), vários curiosos se reuniram para ver o inusitado. Um morador da região contou que, na última quarta-feira, passava de carro sobre a ponte e viu quando uma caminhonete D-20 parou sobre ela. Uma pessoa vestindo roupa preta teria descido, com um saco de lixo na mão, arremessando-o no rio. A testemunha disse que achou estranho o fato, mas não se preocupou em anotar a placa do veículo. O primeiro passo da polícia será identificar a vítima, para depois desvendar o motivo e autoria do crime.
