O coronel Jorge Luiz Thais Martins, 56 anos, acusado de matar nove pessoas, no Boqueirão, nos últimos seis meses, foi submetido a reconhecimento, na tarde de ontem, na Delegacia de Homicídios.

continua após a publicidade

Nove testemunhas dos crimes atribuídos ao ex-comandante do Corpo de Bombeiros participaram do trabalho, que deverá ajudar nas investigações. O resultado, no entanto, não foi divulgado.

O coronel chegou à delegacia no início da tarde, acompanhado de oficiais dos bombeiros. Ele foi colocado em uma sala, junto a pessoas com características físicas semelhantes.

O fotógrafo do Paraná Online e um cinegrafista, ambos de cabelos brancos, também participaram do grupo, formado por seis homens. Levados à outra sala, eles foram numerados e perfilados de frente para um vidro escuro. Em alguns momentos, colocavam óculos e boné.

continua após a publicidade

Vidro

Do outro lado, sem que pudessem ser vistas, ficaram as testemunhas. Eram quatro vítimas que sobreviveram aos crimes e três pessoas que os presenciaram. O coronel e os outros cinco homens leram um texto, enquanto duas testemunhas escutavam para tentar reconhecer o ex-comandante pela voz.

continua após a publicidade

Pouco antes das 18h, Jorge Luiz deixou a delegacia e retornou ao quartel dos bombeiros, onde permanece detido. Antes de entrar no veículo oficial, ele reafirmou que é inocente e avisou que dará uma entrevista, mas não informou quando. Pela manhã, a defesa do ex-comandante entrou com pedido de habeas corpus.

Investigações

A polícia informou que o reconhecimento pessoal é uma prova mais consistente que o reconhecimento fotográfico, já realizado. De acordo com a Delegacia de Homicídios, o inquérito ainda está longe de ser concluído, já que depende de laudos do Instituto de Criminalística e outras provas técnicas.

No início da semana, os advogados de Jorge Luiz entregaram a arma e o celular do coronel, que foram encaminhados à perícia. A pistola calibre 40 será analisada para confirmar se foi usada em algum dos crimes.

O ex-comandante foi apontado como suspeito das nove mortes e cinco atentados, a partir de comentários surgidos na vila que o autor dos homicídios era um policial que estaria vingando a morte de um parente.

Ele foi reconhecido por testemunhas por fotografia. Jorge Luiz alega que as pessoas possam tê-lo confundido com outro militar, mas a polícia ainda não considera essa hipótese.