Coronel é reconhecido por testemunhas

A Delegacia de Homicídios confirmou, ontem, que o coronel Jorge Luiz Thais Martins, acusado de assassinatos, no Boqueirão, foi reconhecido por testemunhas, na tarde de terça-feira.

Porém, a polícia não divulgou quantas das nove pessoas que participaram da sessão de reconhecimento o apontaram como autor dos crimes. Entre as testemunhas, duas estão presas, mas a polícia não informou por quais crimes respondem.

Oito dias após ter o mandado de prisão decretado pela Justiça, o ex-comandante do Corpo de Bombeiros ainda é considerado o principal suspeito de matar nove pessoas e balear outras cinco, nos últimos seis meses.

O delegado Cristiano Augusto Quintas dos Santos afirmou que, apesar das críticas da defesa à investigação, a polícia ainda trabalha com a hipótese de Jorge Luiz ter praticado os crimes.

“Não descartamos outras possibilidades, que podem surgir no decorrer do inquérito”, disse. Também é investigada a possibilidade de outra pessoa ter participado dos crimes, conforme relatado por testemunhas de pelo menos um dos homicídios.

Uma das questões aventadas pela defesa é que testemunhas tenham confundido o coronel com outro militar, que teria praticado os crimes para vingar a morte de um parente morto a golpes de chave de fenda, como citado em um dos depoimentos.

“Levantamos todos os casos investigados pela Delegacia de Homicídios e não encontramos nenhum com essas características. É possível que tenha acontecido em algum município da região metropolitana, mas não temos notícia”, declarou Cristiano.

Denúncias

O delegado reiterou que, enquanto o inquérito não for concluído, todas as denúncias serão verificadas. “Caso haja mais testemunhas que ainda não foram ouvidas, quem souber pode nos avisar. Iremos identificar essas pessoas, chamá-las para depor e, se necessário, o suspeito pode passar por outra sessão de reconhecimento”.

A polícia aguarda o resultado da perícia, que irá determinar quais foram os calibres das armas usadas nos crimes e se o mesmo calibre apareceu em dois ou mais corpo. Além disso, apontará se a arma apresentada pelo coronel, uma pistola calibre 40, foi usada em algum dos assassinatos. Os laudos já foram solicitados ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico-Legal, mas ainda não estão concluídos.