Na sala do Estado Maior da Polícia Militar do Paraná, no primeiro andar do Quartel do Comando Geral, o coronel Celso José Mello, 53 anos, concedeu, ontem, uma entrevista exclusiva ao Paraná-Online, para dissipar boatos de que teria sido afastado da função por ter complicações com a Justiça Federal, em decorrência do atentado ocorrido no ano passado contra um juiz federal de Umuarama.
“Tenho 33 anos e 7 meses na Polícia Militar. Vim de uma família de praças – pai e avô – e fiz uma carreira da qual tenho muito orgulho”, assegurou, enfatizando que não foi afastado da função e sim substituído por outro coronel que assumirá o sub-comando da corporação nos próximos dias. “Eu ganhei um prêmio ao ser convidado para trabalhar na 1.ª Conferência Nacional de Segurança Pública, que será promovida este ano pelo Conselho Nacional de Comandantes Gerais (CNCG), do qual o comandante da PM do Paraná, coronel Anselmo de Oliveira, é o presidente”, esclareceu Mello.
Além de trabalhar para a realização da conferência, o oficial também presidirá a Comissão de Concessão de Medalhas da PM. Em seu lugar, na chefia do Estado Maior, assumirá o coronel Luiz Rodrigo Larson Carsten, que era assessor militar na Secretaria da Segurança Pública.
Inimigos ocultos
Entre tenso e emocionado -por duas vezes a voz embargou e precisou se controlar para não chorar – o oficial revelou que ao longo da carreira fez muitos amigos e também alguns “inimigos ocultos”.
E seriam estes inimigos que estariam espalhando boatos de que foi afastado da função e que um mandado de prisão seria expedido contra ele pela Justiça Federal. “Não estou preso, não fui afastado e não consta nada na Justiça contra mim”, garantiu. Quanto aos “inimigos”, disse não saber quem são. “Se soubesse, iria tirar satisfações com eles.”
No episódio de Umuarama, Mello revela que foi o responsável pelas prisões de mais de 50 pessoas (inclusive policiais civis e militares), cumprindo ordem judicial. Segundo ele, muita gente se sentiu prejudicada com a ação da polícia. Sem afirmar, ele deixou a entender que os boatos podem ter partido destes prejudicados.