A idéia de que apenas homens de pouca ou média idade cometem roubos e furtos no interior de coletivos foi contrariada no início da tarde de ontem, em Curitiba. Uma aposentada de 54 anos foi vítima de assalto dentro do ônibus da linha Cajuru, que transitava sentido bairro-centro, às 13h30. O caso foi registrado na Delegacia de Furtos e Roubos e, para surpresa da vítima e dos policias que efetuaram o boletim de ocorrências, o crime foi cometido por duas mulheres com idades entre 55 e 63 anos.

De acordo com o registro da vítima, quando ela estava dentro do microônibus, ocupado também por outros passageiros, duas mulheres se aproximaram dela. Um gesto normal num ônibus pequeno e cheio de passageiros. Porém, uma das senhoras – que não despertaria nenhuma suspeita – sacou de um revólver e encostou na aposentada dando-lhe voz de assalto. A vítima foi obrigada a entregar o dinheiro que carregava consigo, cartões de banco e crédito e também o telefone celular. A quantia levada foi de R$ 1.200,00. Na parada seguinte, as mulheres assaltantes desceram normalmente. As ladras foram descritas pela vítima como: “uma polaca, rosto arredondado, idade entre 62 e 63 anos, 1,65m de altura e vestindo calça jeans, blusa e casaco; a outra era magra, morena clara, olhos claros, idade entre 55 e 60 anos e 1,60m. Trajava jeans e blusa”.

A ocorrência chamou, inclusive, a atenção do delegado titular da DFR, Rubens Recalcatti. “Realmente não é um fato comum”, afirmou. Diariamente a DFR registra casos de roubos e furtos no interior de coletivos, mas os autores sempre são apontados como menores de idade e jovens que ganham o dia cometendo esses pequenos delitos.

Diante da inusitada situação, comentários é que não faltaram: “Ao menos as autoras do crime não foram beneficiadas com a isenção da passagem de ônibus”, cutucou um funcionário da especializada, relacionando o fato ao benefício concedido pela Prefeitura aos usuários do sistema coletivos maiores de 65 anos.

Cuidados para diminuir o prejuízo

Como ninguém está livre de assaltos, para aumentar a segurança ou, pelo menos, minimizar os danos produzidos pelos marginais, a polícia sugere alguns cuidados fáceis de ser tomados. O principal deles é com relação a documentos. Deve-se carregar na carteira somente o necessário e isso exclui o CPF (CIC), o título de eleitor (a não ser em casos de eleição) e o certificado de reservista.

Os documentos essenciais, como carteira de identidade e documentos de veículos devem estar em fotocópias, esta última autenticada pelo Detran. No caso de cartões de crédito ou de débito bancário o ideal é não carregá-los, mas se isso for imprescindível, devem ser deixados fora da carteira. Se for usar um banco 24 horas, é melhor fazê-lo durante o dia e procurar os instalados dentro de shoppings centers, em lugares movimentados e policiados. O talão de cheques, em princípio, não representa grande perigo, pois pode ser sustado no banco e só interessa a estelionatários.

Reação

Os policiais são unânimes em orientar para a não reação a um ataque. A vítima deve permanecer ou aparentar calma e avisar de cada movimento que for fazer. Armas pouco adiantam, pois dificilmente haverá tempo e momento para usá-las. Além disso, caso for descoberta pelo assaltante, ele pode ficar irritado e, no fim das contas, ficará com ela.

Depois do prejuízo, não se deve perseguir o assaltante, mas guardar as características dele e a direção tomada e informá-las imediatamente à polícia, pelo telefone 190. Em seguida, o caminho é registrar queixa na delegacia mais próxima do local do assalto.

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