Foto: Átila Alberti/Tribuna

Jefferson mantinha agenda com "clientela", inclusive gente do PCC.

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Acusado de vender números de séries de telefones celulares e gerenciar teleconferências entre detentos de presídios de todo o Brasil, Jefferson Frank Spagnuolo, 32 anos, foi preso por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), em uma casa em Pinhais, na última sexta-feira. Com ele, foram apreendidos 22 aparelhos celulares, uma pistola calibre 635, vários lacres da Copel, e o computador em que eram feitas as clonagens de celulares e o gerenciamento das teleconferências.

A polícia também apreendeu uma lista de clientes, com os nomes de Marcos Camacho, o "Marcola", um dos líderes do PCC (facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital) e de seu irmão mais novo, o "Marcolinha". "Ainda apreendemos uma agenda com nomes de presos e anotações de valores em dinheiro, que deverão resultar na prisão de outras pessoas", adiantou o delegado do Cope Rodrigo Brown de Oliveira.

Quadrilha

O policial disse que, há pouco tempo, prendeu uma quadrilha, de 12 pessoas, responsável pelo assassinato do técnico da Justiça Federal Takeru Mauro Koarata, 44 anos, no dia 19 de abril, e de Miguel Baron Neto, 15, filho de um agente penitenciário, no Bairro Alto, no início do mesmo mês. Na continuidade das investigações, chegaram ao nome de Jefferson e efetuaram a prisão. Rodrigo apurou que os marginais possuem um aparelho que capta a numeração de celulares que estão a certa distância. "Esses números são repassados para os presos, que possuem grande conhecimento técnico de como programar celulares, e eles mesmo continuavam o serviço depois de pagar R$ 25,00 somente pela numeração", esclareceu o delegado.

"Ele confessou que os números de série eram repassados por quadrilhas, responsáveis por captar essas informações em aeroportos de todo o país e em rodoviárias", explicou o delegado. Além disso, Jefferson é acusado de gerenciar as teleconferências entre os presos, através de um computador. "Esse homem servia como braço direito do crime organizado", comentou.

Investigações

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O delegado disse investiga outras pessoas envolvidas com Jefferson. "Com certeza, ele não agia sozinho. Tem códigos de área de todos os Estados, nomes de presos, presídios e anotações. Isto deverá nos ajudar a decobrir a dinâmica do crime organizado e colocar outros marginais atrás das grades", assegurou. Como se trata de um crime aplicado em todo o território nacional foi solicitado o apoio da Polícia Federal.

Segundo o policial, Jefferson já tem passagens por roubo. "Desta vez, foi autuado por porte ilegal de arma, estelionato, receptação e formação de quadrilha", explicou Rodrigo.

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