Confusão nos arredores do Couto Pereira

A Polícia Militar divulgou, ontem de manhã, as ?baixas? que a corporação teve com a confusão que se instaurou nos arredores do Estádio Couto Pereira, na noite de sexta-feira, após o Coritiba perder para o Marília. Seis policiais e pelo menos um torcedor ficaram feridos e cinco viaturas foram danificadas. Duas pessoas foram detidas, uma por arremesso perigoso de objetos e a outra por desobediência, desacato à autoridade e resistência à prisão. O caso mais grave ocorreu contra o cabo Odacir Correa, lotado há três anos na Companhia de Choque. Ele foi atingido na cabeça por um paralelepípedo, teve três fraturas na face e os ossos atingiram o globo ocular.

O capacete que o cabo usava, mais reforçado, especial para situações de choque, rachou e não protegeu a cabeça do cabo. Ele foi socorrido em estado grave no Hospital Cajuru, onde permanece internado. Os médicos aguardam que o inchaço na face do policial ceda um pouco, para avaliar se o globo ocular foi perfurado pelos ossos. O cabo pode perder a visão.

De acordo com o que Valdirene dos Santos Correa ouviu de seu marido, o cabo Odacir, o paralelepípedo foi jogado de dentro do estádio na rua. O policial foi atingido enquanto atendia uma família, apavorada perto de um muro, que tentava escapar da confusão dos outros torcedores exaltados. De acordo com a PM, também se feriram um sargento e dois soldados do 12.º Batalhão (ferimentos em braço e rosto), um tenente do 13.º Batalhão (ferimento na mão) e mais um soldado da Companhia de Choque, que contundiu o joelho com uma pedrada que levou. Uma viatura da Choque teve o vidro traseiro quebrado por uma pedrada.

Durante a confusão, muitos torcedores, inclusive o presidente da torcida Império Alviverde, Luís Fernando Corrêa, afirmaram que a Polícia Militar reagiu com excessos. Os policiais teriam agredido, inclusive, pessoas de idade, mulheres e crianças. Diversas imagens, coletadas pela imprensa e por torcedores, mostraram as agressões. Ainda no meio da confusão, Corrêa afirma que cerca de cem policiais militares cercaram a sede da Império.

O major Douglas Dabul, chefe da Seção de Planejamento, do Comando do Policiamento da Capital (CPC), se pronunciou sobre a confusão na manhã de ontem. Ele não afirmou nem negou que houve excessos. Apenas disse que a polícia usou os meios necessários para se defender e conter a confusão. Ele ainda disse que, se algum torcedor sentiu-se lesado por alguma atitude da polícia, deve procurar o CPC segunda-feira e registrar queixa. Para cada reclamação será aberto um procedimento administrativo para averiguar se houve excesso. Até o momento, nada foi investigado porque, de acordo com o major, nenhuma denúncia surgiu.

Dabul também nega atitudes violentas contra crianças e mulheres. ?É normal que, no meio da confusão, alguns caiam ou sejam empurrados. No meio da massa de pessoas e policiais, as vítimas acabam atribuindo o acidente a atitudes de policiais?, defendeu.

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