Na hora do jantar na carceragem do 11.º Distrito Policial (CIC), por volta das 19h de ontem, presos atacaram um agente de cadeia pública e um policial civil que, segundo a polícia, teve a arma tomada. Os detentos queriam fugir e balearam o agente na coxa e no ombro. O policial foi alvejado nas costas. Rapidamente outros policiais conseguiram controlar a confusão com balas de borracha.
Segundo socorristas do Siate, pelo menos sete presos ficaram feridos e seis precisaram ser levados ao hospital, alguns atingidos com projéteis de arma de fogo. Os servidores baleados foram encaminhados ao Hospital do Trabalhador em estado grave.
De acordo com agentes, antes do ataque, havia 152 presos na carceragem, que desde abril funciona como centro de triagem de todos os distritos e delegacias de Curitiba. Agentes disseram que os presos tinham serrado as grades e aguardaram a hora do jantar para tentar dominar o agente e o policial. “Por causa da superlotação, eles fazem isso com frequência. Às vezes coagem um preso para dizer que está passando mal. Se o policial de plantão não for esperto, entra e acaba virando refém”, descreveu um agente, que pediu para não ter o nome divulgado.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinclapol), André Gutierrez, anunciou que dará ultimato ao governador e à Secretaria da Justiça. “Faz tempo que prometeram tirar de vez os policiais civis da guarda de presos. Até decreto foi assinado e continuamos vendo os reflexos desse problema”, declarou Gutierrez. O delegado-geral da Polícia Civil, Riad Braga Farhat, disse que transferências devem ser feitas nos próximos dias.