O que era suspeita se tornou realidade na manhã de ontem. Abraão Miranda, 59 anos; a mulher dele, Isa de Oliveira Miranda, 58, e as filhas do casal, Vera, 28; e Rafaela, 15, foram mortos a pauladas e jogados no mato, na localidade de Limoeiro, em Rio Branco do Sul. Os corpos foram encontrados a oito quilômetros de distância de onde Eber de Oliveira Faria, 22, namorado de Rafaela, foi achado morto, no fim da tarde de quarta-feira. A polícia deteve um e pediu a prisão preventiva de cinco suspeitos da atrocidade.
Assim que clareou o dia, o grupo liderado por Antônio Borges, cunhado de Abraão, retomou as buscas. Por volta de 8h30, eles encontraram os quatro corpos jogados em uma estrada secundária, na localidade do Limoeiro. Isa e a filha Vera foram amarradas com um fio de luz. Aproximadamente 100 metros dali, no mesmo lado da rua, estava Rafaela, jogada em uma ribanceira. O pai da família foi encontrado no começo da estrada. Todos tinham ferimentos na cabeça, possivelmente provocados por pauladas.
Suspeitos
Uma denúncia informou os nomes de dois suspeitos: os irmãos Eloir e Derson de Paula. Isso porque Eber e Abraão teriam dívidas com os irmãos. Em seguida Eloir foi detido, próximo ao local onde aconteceu a chacina e negou terminantemente qualquer envolvimento com o fato. Além de Eloir, seu irmão Derso e mais três pessoas tiveram prisão preventiva decretada. Manoel Mendes, superintendente da Polícia Civil de Rio Branco do Sul, explicou que os cinco foram citados no inquérito pelas testemunhas.
O outra linha de investigação, foi revelada por vizinhos. Eles afirmam que, na noite de terça-feira, por volta de 21h, dois homens chegaram na casa de Abraão pedindo carona até o centro de Rio Branco. Como ele havia feito uma cirurgia cardíaca recentemente, pediu que Eber levasse os rapazes até a cidade. Depois disso, ninguém sabe o que aconteceu. A polícia já sabe quem são os dois homens que pediram a carona.
Fogo
Na manhã de quarta-feira, vizinhos estranharam encontrar a residência aberta, com luzes acesas e o televisor ligado. A chacina começou a ser descoberta quando o carro de Eber foi encontrado queimado, à tarde, e o corpo do rapaz a poucos metros do veículo.
De acordo com o superintendente Mendes, o autor dos homicídios foi despachando os corpos em seqüência. "Primeiro a mãe e a filha, depois a menina e, em seguida, Abraão. Eber teria sido o último a ser morto", suspeita Mendes.
Detido nega tudo
Levado à delegacia de Rio Branco do Sul, Eloir de Paula (foto) – proprietário de uma reflorestadora de pinus na região – disse que a suspeita contra ele e seu irmão são infundadas. Segundo comentou, no domingo passado, a família dizimada tinha almoçado na casa dele. Eloir também falou das dívidas e disse que tudo seria acertado e que jamais cometeria um ato de violência por um valor tão pequeno (R$ 50,00).
O superintendente disse que, recentemente, Eloir esteve envolvido em uma situação parecida, no entanto, a vítima, agredida na cabeça, conseguiu escapar com vida.
Questionado sobre a participação do seu irmão nos crimes, ele declarou que não acredita que Derson tenha envolvimento, mas afirma que só pode responder por sí. "Ele mora aqui e eu lá no Limoeiro, 30 quilômetros de distância. Cada um sabe da sua vida", disse ele.
Os irmãos têm várias passagens pela polícia -, Derson, por homicídio.