Vinte e quatro horas foi a duração do julgamento dos dois garotos de programa que mataram o cônsul de Portugal, Miguel José Fawor, 44 anos, no dia 2 de março de 2000 e jogaram o corpo na Serra do Mar. Walter Machado Soares, 27 anos, foi condenado a 18 anos e seis meses de reclusão, em regime fechado por homicídio, ocultação de cadáver e furto. Carlos Rodrigo Pereira Fraga, 21, foi condenado a nove anos e seis meses de reclusão, e o início da pena terá que ser cumprido em regime fechado. A pena de Carlos Rodrigo foi reduzida por ele ser menor de 21 anos, quando cometeu o crime.
Os dois também tiveram a pena reduzida porque são réus confessos. Valter assumiu ter dado uma pancada na cabeça da vítima, utilizando um haltere de ginástica, que havia na residência oficial, na Rua Hermes Fontes, 316, Batel. Depois colocaram o cadáver no porta-malas do carro da vítima e o desovaram no Viaduto dos Padres, na Serra do Mar. O carro foi abandonado no Juvevê. Valter contou que depois do crime, foi a uma boate e depois se dirigiu a um hotel, onde manteve relações sexuais com duas mulheres. O motivo do crime ficou caracterizado com o desentendimento por conta do pagamento do programa sexual.
Logo após o término do julgamento, que teve início às 9h de quinta-feira, o advogado de defesa de Walter, Nelmon Silva Júnior informou que irá recorrer da sentença. Já o defensor de Carlos Rodrigo, Roberto Brzezinski Neto, disse que a pena foi a esperada. “Meu cliente e a família dele acham que não devo recorrer. Até porque ele já está preso há dois anos e meio”, argumentou Brzezinski. O advogado Marlus Arns de Oliveira, que atuou como assistente de acusação, disse que a sentença foi justa. “Nada irá trazer a vida do cônsul de volta, mas para a família é um alívio saber que os autores irão pagar pelo crime que cometeram. Eles tiraram uma vida”, salientou Marlus, que representou o consulado de Portugal.
Atuaram no julgamento o promotor Celso Luiz Peixoto Ribas e o juiz Fernando Ferreira de Moraes.
