Comerciantes da Saldanha Marinho
vivem com o medo.

A violência vem assustando comerciantes da Rua Saldanha Marinho, no centro de Curitiba. Pelo lugar e por suas redondezas, poucas pessoas se arriscam a passar depois das 18h. Segundo o vendedor Anderson Faria, quando começa a escurecer, garotos de rua começam a formar grupos para a utilização de drogas. “Eles geralmente se escondem atrás das colunas de um prédio, localizado na esquina com a Rua Doutor Muricy, para fumar craque”, conta Anderson.

O proprietário de uma relojoaria na região, José Luiz Grilo, conta que muitas vezes os garotos abordam os pedestres para pedir dinheiro. Isto, além de amedrontar os transeuntes, é a forma que os garotos utilizam para conseguir comprar as drogas. “A prostituição também se faz bastante presente na rua. Mesmo durante o dia, já é possível ver alguma movimentação. Isso contribui para que a imagem da Saldanha Marinho se torne ruim”, comenta José.

O assalto a estabelecimentos durante a madrugada é outra coisa que preocupa os comerciantes. Há pouco tempo, um acervo de livros e CDs, pertencente à Márcia Maria de Almeida, foi roubado. “Eles levaram aparelhos de som e CDs. Ainda bem que eu tinha seguro”, afirma a proprietária. “Depois que isso aconteceu, coloquei alarme e câmeras em meu estabelecimento, além de continuar pagando o seguro”.

Soluções

Moradores, lojistas e empresários das ruas José Bonifácio, Saldanha Marinho, do Rosário, Augusto Stellfeld, Cruz Machado e Dr. Muricy, no centro de Curitiba, iniciaram um movimento na quinta-feira para revitalizar e aumentar a segurança da região. A decisão foi tomada numa reunião que contou com a presença de representantes de diversas secretarias municipais do comando do Policiamento da Capital e Região Metropolitana e do vereador Paulo Salamuni.

Os comerciantes e moradores estão preocupados com o número de assaltos, do tráfico de drogas e da prostituição que se verifica na região. Gladys Camargo Cardon, uma das coordenadoras da Associação Catedral, organizou a reunião para buscar soluções. “Queremos o apoio da Prefeitura e da Polícia Militar para resolver essa situação”, disse a coordenadora.

O gerente do Núcleo de Defesa Social da Matriz, supervisor Marlon Guerreiro, e a administradora regional da Matriz, Gracia Maria Iatauro, relataram os resultados do projeto Comunidade Participativa que foi implantado no ano passado nas áreas da Praça Santos Andrade, Passeio Público e Vila Torres. Para reduzir a violência, o projeto atua de forma integrada, através das ações de órgãos municipais, estaduais, federais e da comunidade. O projeto despertou o interesse de moradores e comerciantes presentes na reunião. A sua implantação na área será definida em uma nova reunião nos próximos dias.

O comandante do Policiamento da Capital e Região Metropolitana, coronel Nemésio Xavier, anunciou intensificação do trabalho da PM em toda a área central. Estavam presentes também o comandante do 12.º Batalhão, coronel Sílvio Moraes Sarmento, e o comandante da 1.ª Companhia da PM, capitão Luiz Marcelo Maziero.

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