Comerciante quer irmão assassino na cadeia

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Elias mostra a foto do filho morto.

Quase três anos depois de ter o filho mais velho assassinado pelo próprio irmão, Elias Miguel Nicolau Neto luta por Justiça. Seu filho, Luciano Nicolau, 28 anos, foi morto com um tiro no peito, na Rodoferroviária de Curitiba, às 14h30 do dia 29 de dezembro de 2001. Na época, o autor, Wilson Nicolau, 51 anos, foi preso e autuado em flagrante pelo delegado Edson Costa, que estava lotado no 6.º Distrito Policial (Cajuru). "Só que antes do meu filho ser enterrado, ele já estava na rua. Foi solto em menos de 24 horas", lamentou Elias Miguel.

Após a morte do filho, Elias Miguel procurou a imprensa, o Ministério Público, o procurador geral do Estado, contratou até advogados, mas disse que muito pouco foi feito para punir o autor do assassinato. "É triste saber que quem tirou a vida de um rapaz tão jovem, não passou 24 horas na cadeia e tem uma vida normal", disse Elias, referindo-se ao irmão, que hoje é proprietário de uma lanchonete na Rodoferroviária e tem duas cantinas em um colégio tradicional da cidade. "Eu também tenho uma lanchonete na Rodoferroviária e quando vejo meu irmão me dá medo. Não sei como ele pôde fazer uma coisa dessas com meu filho", desabafou. "Não queremos nada, só Justiça", acrescentou. "Hoje meu filho estaria com 32 anos".

O pai de Luciano lembrou que o rapaz era tranqüilo e não arrumava confusões. "Até hoje não sabemos porque meu irmão matou meu filho. Ele disse, na época, que foi legítima defesa, mas os resultados da perícia mostram que o tiro foi disparado de cima para baixo. Tanto que a bala entrou no peito, perfurou o pulmão e saiu na barriga", lembrou.

Segundo Elias Miguel, Luciano estava subindo as escadas da Rodoferroviária quando foi o disparo foi efetuado. Gravemente ferido, o jovem caiu, foi socorrido e levado ao Hospital Cajuru, mas não resistiu e morreu minutos após dar entrada. No momento do crime, a Rodoferroviária estava cheia, mas nenhuma das testemunhas foi conduzida à delegacia para contar detalhes. "Esse tiro poderia ter acertando o filho de outra pessoa."

A revolta de Elias Miguel é de que até agora não se sabe se Wilson será ou não submetido a julgamento. O advogado dele, Cláudio Dalledone Júnior informou que o processo está na fase das alegações para decidir se o acusado vai ou não ser submetido à júri popular.

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