Ao atender três garotos que o chamaram no portão de casa, o comerciante Antônio Nunes Soares, 55 anos, conhecido como “Ceará”, não imaginava que eles o visitavam para matá-lo. Ele foi assassinado no início da noite de ontem, com seis tiros que lhe atingiram o peito, a cabeça e um dos braços. “Ceará” caiu morto dentro da sala da moradia, na Rua 10, invasão Icaraí, no Uberaba, uma das regiões mais violentas da cidade.
De acordo com a nulher da vítima, Leila de Fátima Ferreira, 34, o crime aconteceu pouco tempo depois que o casal chegou em casa. Por volta das 18h15, três garotos chamaram “Ceara” no portão e assim que ele se aproximou, foi alvejado com um balaço no peito. O comerciante correu quintal adentro, alertou a mulher para que se escondesse e já sem forças ainda tentou segurar a porta. “Ele disse: Foge, Foge, senão vão matar você”, contou Leila. Cerca de dez minutos depois os assassinos voltaram à casa de “Ceará” e finalizaram a execução.
Violência
Já do lado de fora eles começaram a atirar, invadiram a casa e dispararam mais cinco tiros contra a vítima. Grávida de seis meses, Leila e o filho dela, de 12 anos, permaneceram escondidos no banheiro e por isso conseguiram se salvar. Com o fim do tiroteio, a mulher ainda teve o cuidado de colocar uma almofada embaixo da cabeça do marido, porém a tentativa de amenizar sua dor foi em vão. “Ceará” estava morto na sala, próximo à porta de entrada da casa. “Ele foi assassinado com pelo menos um tiro no peito, quatro na cabeça, e outro no braço”, disse o perito Fontoura, do Instituto de Criminalística.
De acordo com os policiais militares do Regimento de Polícia Montada (RPMont), vizinhos apontaram o nome de três menores autores do assassinato. Todos integrantes da “turma do Zezão”. Os investigadores da Delegacia de Homicídios, Castro e Sérgio, estiveram no local, mas não adiantaram nenhuma informação sobre a investigação. A apuração do motivo do crime e da real autoria ficará sob responsabilidade da especializada.