Senta no banco dos réus do tribunal do Júri de Fazenda Rio Grande, às 9h da próxima quarta-feira, o comerciante Vicente Elias da Silveira, 53 anos. Ele é acusado de assassinar, com um tiro de espingarda calibre 36, o adolescente Ricardo Carvalho, 16 anos. O crime aconteceu no dia 6 de julho de 1996.

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De acordo com a acusação, um grupo de jovens estava reunido em frente ao bar de Vicente, na Rua Rio Juruá, quando ele disparou um tiro a esmo e atingiu o garoto. Já a defesa garante que o grupo de pessoas estava batendo na porta de seu bar, querendo entrar. O comerciante saiu para dizer que não iria abrir a porta e teria levado uma facada na mão. Depois, retornou para o estabelecimento e, com intenção de espantar a multidão, efetuou um disparo contra a porta, para dispersar as pessoas. O tiro acertou o garoto, que ele nem conhecia.

O promotor Paulo Conforto, que funcionará na acusação, defendeu no processo a tese de que foi homicídio doloso e que o comerciante agiu com dolo eventual, ou seja, atirou a esmo, sem se importar se iria atingir alguém. Já o advogado Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida sustentará a tese de homicídio culposo. "O Vicente não tinha intenção de ferir nem matar. Ele apenas atirou para dispersar a multidão, porque estava com a mulher e o filho, que na época tinha 2 anos. A porta estava fechada e o tiro transfixiou. Em momento algum meu cliente agiu com dolo", salientou o defensor. Ele lembrou que, na época do crime, o comerciante chegou a ficar preso durante 50 dias. O julgamento será presidido pelo juiz Horácio Ribas Teixeira.

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